Sexta, 10 de junho de 2016
Michelle Cannes – Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
negou nesta sexta-feira (10) que o vazamento de informações sobre os
pedidos de prisão feitos para o presidente do Senado, Renan Calheiros, o
senador Romero Jucá, o ex-presidente José Sarney e o presidente
afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha tenha partido do
Ministério Público Federal (MPF).
Sem citar nomes, o
procurador-geral rebateu críticas feitas a respeito de vazamentos. “Não
posso deixar de mencionar insinuações maledicentes que pululam na
imprensa desde o início desta semana. Figuras de expressão nacional, que
deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a
ideia estapafúrdia de que o Procurador-Geral da República teria vazado
informações sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo
Tribunal Federal e obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se
isso fosse verdadeiramente possível”, disse Janot ao participar do
encerramento de um encontro de representantes do MPF, em Brasília.
Nesta semana, o jornal O Globo publicou matéria em que diz que os pedidos de prisão estão com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, há pelo menos uma semana.
Durante
o discurso, Janot disse que as insinuações feitas são um “efeito
colateral do trabalho sério e responsável” que vem desenvolvendo. O
procurador disse ainda que não possui “transgressores preferidos” e que
isso é demonstrado pelo “leque sortido" de autoridades investigadas e
processadas.
“Da esquerda à direita; do anônimo às mais poderosas
autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da lei, no que
depender do Ministério Público. Assim exige a Constituição; assim exige a
República”, disse Janot.
O procurador disse ainda que as
insinuações veiculadas servem pra confundir a população. “Busca-se com
tais diversionismos mudar descaradamente o foco da opinião pública,
confundir a sociedade e garantir a tranquilidade daqueles que, sem
cerimônia alguma, avançam vorazes sobre o patrimônio que deveria servir
ao progresso do país e ao bem-estar do povo”.
Rodrigo Janot negou
ainda que tenha a intenção de se candidatar a algum cargo eletivo.
“Daqui a um ano e quatro meses me aposentarei e não serei cliente de
vocês porque, apesar das especulações veiculadas esta semana, reafirmo,
aqui, que não serei candidato a qualquer cargo eletivo seja no
Executivo, seja no Legislativo”.