Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Juros altos agravam concentração de renda e desigualdade social. Auditoria já!

Quarta, 15 de junho de 2016

A equação é a seguinte, uns pagam os juros e outros lucram com ele. Com uma taxa fixada em 14,25%, o país evidencia que o vício econômico de uma política de juros altos e inflação em crescimento inviabiliza qualquer possibilidade de crescimento e melhoria na distribuição de renda.
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou que os juros altos penalizam mais a parcela mais pobre da população que a inflação. “Segundo o levantamento, baseado em 20 anos de estatísticas, toda vez que a taxa real de juros sobe 1%, a renda do trabalhador (que pertence aos 50% mais pobres da população) cai 1,09%. A situação dos mais ricos é menos degradante. Eles perdem apenas 0,72% de sua renda”, afirma.

Essa taxa de juros elevada ainda trouxe um novo fato ao cenário econômico. Parte do setor produtivo, como a indústria e o comércio, passou a considerar as operações financeiras como uma oportunidade de negócio e passaram a atuar como bancos, oferecendo créditos e cobrando juros dos clientes.

Matéria publicada pelo portal UOl, sugere que as melhores aplicações no mercado nesse cenário de crise devem ser aquelas atreladas aos rendimentos da taxa Selic, como fundos de renda fixa e títulos do tesouro. Com isso, a poupança perde competitividade diante do aumento dos juros. (http://goo.gl/QUflz7)

Mas, nessa conjuntura de crise, desemprego e inflação, quem teria dinheiro para investir?

Pronto, voltamos ao ponto de partida, onde fica evidente que a grande parte da população paga a conta dos juros elevados para que uma parcela muito pequena possa usufruir dos rendimentos e benesses dessa política concentradora.

A Auditoria Cidadã da Dívida critica essa política econômica restritiva, com juros exorbitantes e que só agravam ainda mais o crescimento da dívida pública, conforme denunciado em artigo “Ciclo de juros no Brasil” (http://goo.gl/WnI2Wh).

Dizemos não a essa política econômica que distorce o sistema, e beneficia o especulador em detrimento do trabalhador. 

Auditoria já!

(Ilustração: Steve Cutts)