Quarta, 29 de junho de 2016
Do Gama Livre
Foto: WhatsApp
Metodologia do MEC para reprimir a manifestação de hoje incluiu o 'sequestro' de um professor (Fernando), a não informação como se encontrava e onde estava e , a seguir, a entrega do "criminoso" na 5ª Delegacia de Polícia de Brasília. Para o governo, Educação é caso de polícia.
Foto: WhatsApp
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Da Agência Brasil
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Trabalhadores
da área de educação, estudantes e integrantes de movimentos sociais
fazem hoje (29) uma manifestação que atinge o prédio principal e o anexo
do Ministério da Educação (MEC). Eles protestam contra medidas do
governo que, segundo os organizadores, podem afetar a destinação de
recursos para educação e comprometer a qualidade do ensino público.
Cerca
de 80 pessoas estão dentro do prédio do MEC e vão permanecer no local
até as 17h, de acordo com o presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão. Em frente ao ministério,
centenas de pessoas protestam com faixas, bandeiras e um carro de som.
Alguns
manifestantes entoam gritos de "Fora Temer". As portas do prédio
principal estão fechadas e policiais militares fazem a segurança no
local. Conforme o ministério, foram quebradas vidraças da Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (Setec).
A estimativa da
organização é que 600 pessoas estavam concentradas no local no fim da
manhã. Para a Polícia Militar, são 500 pessoas.
Segundo Roberto
Leão, a intenção da ação é demonstrar descontentamento com medidas do
governo que podem impactar a educação e não houve pedido de reunião com
representantes da pasta.
“O objetivo é protestar de forma muito
clara contra o golpe, em defesa da democracia, contra a PEC [Proposta de
Emenda à Constituição] 241, enviada ao Congresso Nacional pelo
[ministro da Fazenda] Henrique Meirelles e que desmonta o Estado
brasileiro e, por consequência, todo serviço publico necessário com
qualidade, como a educação, porque acaba com a vinculação de recursos
para educação. A PEC impede o cumprimento de metas do Plano Nacional de
Educação”, disse Leão.
A
PEC 241/16 limita o aumento do gasto público à variação da inflação
oficial do ano anterior. Roberto Leão acrescentou que os movimentos
temem também mudanças no regime de partilha do pré-sal, de forma a
acabar com a destinação dos recursos da exploração do petróleo para a
educação.
O MEC divulgou uma nota de repúdio às “ações de
intolerância e vandalismo”. No texto, a assessoria do ministério
registrou que repudia qualquer “ato de intolerância e vandalismo, em
especial os travestidos como manifestação democrática” e lamentou que “o
grupo autor da invasão não tenha apresentado nenhuma reivindicação ou
procurado dialogar pelas vias institucionais adequadas”.
Na nota,
o MEC citou como autores do movimento o PT, a CNTE e a Central Única
dos Trabalhadores (CUT) e informou que está adotando as providências
necessárias ao reestabelecimento da normalidade das atividades.
Os
manifestantes em frente o ministério seguram bandeiras de organizações
como a CUT, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, União da Juventude
Socialista (UJS), Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
e Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais
(Sintef).
"Com relação à invasão nos prédios sede e anexos promovido hoje pelo PT, pela CUT e pela CNTE, o Ministério da Educação repudia
todo e qualquer ato de intolerância e vandalismo, em especial os
travestidos como manifestação democrática. Mais uma vez, o PT, a CUT e a
CNTE mostram o desrespeito ao espaço público e continuam agindo como se
o MEC fosse propriedade do partido, impedindo os servidores de entrarem
para trabalhar e depredando o prédio, quebrando vidraças da Secretaria
de Educação Profissional e Tecnológica (Setec)", acrescentou a nota
divulgada pelo ministério.
"O MEC lamenta que o grupo
autor da invasão não tenha apresentado nenhuma reivindicação ou
procurado dialogar pelas vias institucionais adequadas. O MEC é uma
instituição de Estado para servir ao povo brasileiro e não a um partido
ou grupo ideológico. Diante disso, o Ministério está adotando as
providências necessárias ao reestabelecimento da normalidade das
atividades", concluiu a nota.