Quarta, 9 de junho de 2016
Michelle Canes - Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro recebeu hoje (9) a denúncia oferecida
pelos procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava Jato contra Cláudia
Cordeiro Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB).
Segundo o Ministério Público Federal (MPF),
a denúncia foi oferecida face aos crimes de lavagem de dinheiro e
evasão de divisas “envolvendo valores provenientes do esquema criminoso
instalado na Diretoria Internacional da Petrobras”, diz a nota do MPF.
Com o recebimento da denúncia, Cláudia Cruz passa à condição de ré.
Segundo
o MPF, as investigações apontam que a mulher de Cunha tinha consciência
dos crimes que praticava e que ela é a única controladora da conta em
nome da offshore Köpek, na Suíça. A conta foi usada para pagar despesas
feitas com cartão de crédito no exterior.
Argumentação
“Como
já salientado, as provas da investigação indicam que Claudia Cordeiro
Cruz tinha consciência dos crimes que praticava. De início, esses gastos
exorbitantes evidentemente desbordam, no plano do senso comum, do
padrão de qualquer funcionário público, por mais que seja um deputado
federal. Nessa linha, as despesas de cartão de crédito no exterior no
montante superior a US$ 1 milhão no prazo de sete anos pagas por Claudia
Cruz foram totalmente incompatíveis com a renda e o patrimônio
declarado de Eduardo Cunha”, diz o MPF na denúncia.
Além de
Cláudia Cruz, outras três pessoas foram acusadas. O ex-diretor da Área
Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, foi denunciado por
corrupção passiva e o ex-empregado da Petrobras, João Augusto Rezende
Henriques, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. Já o empresário português Idalecio Oliveira acabou denunciado
por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.