Sexta, 29 de julho de 2016
Do Esquerda.Net
Perante uma ameaça global ao
seu poder, a classe capitalista corporativa reconheceu que tinha que
lutar para travar o poder da classe trabalhadora por quaisquer meios
possíveis. Entrevista a David Harvey conduzida por Bjarke Skærlund
Risager.
29 de Julho, 2016
Foto LSE in Pictures/Flickr
David
Harvey sobre o que é o neoliberalismo exatamente – e porque o conceito é
importante. Há onze anos atrás David Harvey publicou O Neoliberalismo. História e Implicações [A
Brief History of Neoliberalism], agora um dos livros mais citados sobre
a questão. Os anos desde então têm testemunhado novas crises económicas
e financeiras, mas também novas ondas de resistência que frequentemente
têm como alvo o “neoliberalismo” na sua crítica de sociedade
contemporânea.
Cornel West fala do movimento Black Lives Matter como “um
julgamento de poder neoliberal”; o falecido Hugo Chávez chamava o
neoliberalismo de “caminho para o inferno”; e os líderes sindicais estão
cada vez mais a usar o termo para descrever o ambiente mais amplo no
qual ocorrem lutas laborais. Os media mainstream também adotaram o termo só para argumentar que o neoliberalismo realmente não existe.
Mas de que, exatamente, estamos a falar quando falamos de
neoliberalismo? É um útil alvo para os socialistas? E como ele tem
mudado desde a sua génese no fim do século XX?
Bjarke Skærlund Risager, um doutorando no Departamento de Filosofia e
História das Ideias na Universidade Aarhus, sentou-se com David Harvey
para discutir a natureza política do neoliberalismo, como tem
transformado modos de resistência, e porque a esquerda ainda precisa de
ser séria sobre a necessidade de acabar com o capitalismo.
Neoliberalismo é um termo amplamente usado hoje em dia.
Porém, frequentemente não está claro ao que se refere quando as pessoas o
usam. No seu uso mais sistemático, pode referir-se a uma teoria, um
grupo de ideias, uma estratégia política ou um período histórico. Pode
começar por explicar como entende o neoliberalismo?
Sempre tratei o neoliberalismo como um projeto político feito pela
classe capitalista corporativa porque esta sentia-se intensamente
ameaçada politica e economicamente no fim dos anos 1960 e durante os
anos 1970. Desesperadamente queria lançar um projeto político que
travasse o poder da classe trabalhadora.
Em muitos aspetos, o projeto era contrarrevolucionário. Conteria o
que, na época, eram movimentos revolucionários no mundo em
desenvolvimento – Moçambique, Angola, China, etc. – mas também uma maré
crescente de influências comunistas em países como Itália e França e, em
menor grau, a ameaça de um ressurgimento do que aconteceu em Espanha.
Mesmo nos Estados Unidos, os sindicatos produziram um congresso
Democrata que era radical nas suas intenções. No começo dos anos 1970,
juntamente com outros movimentos sociais, forçaram uma série de reformas
e iniciativas reformistas que punham em causa os interesses dos grandes
grupos empresariais: a Agência de Proteção Ambiental (EPA), a
Administração de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA), proteções para
consumidores, e um conjunto inteiro de questões que empoderavam a classe
trabalhadora como esta nunca tinha sido empoderada antes.
Nesta situação, houve, de facto, uma ameaça global ao poder da classe
capitalista corporativa e, portanto, a questão era: “o que fazer?” A
classe dominante não era omnisciente, mas reconheceu que existiam várias
frentes nas quais tinha que lutar: a frente ideológica, a frente
política, e, acima de tudo, tinha que lutar para travar o poder da
classe trabalhadora por quaisquer meios possíveis. Disso, surgiu o
projeto político que eu chamaria neoliberalismo.
Pode falar um pouco sobre as frentes ideológicas e políticas e os ataques contra a classe trabalhadora?
A frente ideológica consistia em seguir o conselho de um homem
chamado Lewis Powell. Ele escreveu um memorando no qual dizia que as
coisas estavam a ir longe demais, que o capital precisava de um projeto
coletivo. O memorando ajudou mobilizar a Câmara de Comércio e a Mesa de
Negócios [Business Roundtable, a associação de executivos das maiores corporações dos Estados Unidos].
As ideias também eram importantes à frente ideológica. A conclusão na
época era que era impossível controlar as universidades porque o
movimento estudantil era forte demais e os docentes demasiado
progressistas, então fundaram think tanks como o Manhattan Institute, a Heritage Foundation, a Ohlin Foundation. Esses think tanks trouxeram as ideias de Freidrich Hayek e Milton Friedman e a economia pelo lado de oferta.
A ideia era esses think tanks fazerem pesquisas sérias e
alguns fizeram – por exemplo, a Agência Nacional de Pesquisa Económica
(NBER) foi uma fundação privada que fez pesquisa extremamente boa e
extensiva. Essas pesquisas seriam publicadas independentemente e
influenciariam a imprensa e, pouco a pouco, cercaria e infiltrariam as
universidades.
Esse processo demorou muito tempo. Penso que chegamos a um ponto em
que não é mais necessária a Heritage Foundation. As universidades
basicamente foram conquistadas pelos projetos neoliberais.
Em relação à classe trabalhadora, o desafio era fazer o trabalho
“doméstico” competitivo com o trabalho global. Uma das formas era abrir a
imigração. Nos anos 1960, por exemplo, os alemães estavam a importar
trabalhadores turcos, os franceses trabalhadores do Magreb, os
britânicos trabalhadores das colónias. Mas isso criou muito insatisfação
e perturbação.
Em vez disso, escolheram uma outra maneira: levar o capital para onde
a mão-de-obra barata estava. Mas para a globalização funcionar, tinha
que reduzir tarifas e fortalecer o capital financeiro, pois o capital
financeiro é a forma mais móvel do capital. Então, capital financeiro e
coisas como a livre flutuação de moedas tornaram-se pontos críticos ao
projeto de travar a classe trabalhadora.
Ao mesmo tempo, projetos ideológicos de privatizar e desregular a
economia criaram desemprego. Então, desemprego no país e transferência
de empregos para fora do país, e um terceiro componente: mudança
tecnológica, desindustrialização através de automação e robotização.
Essa era a estratégia de esmagar a classe trabalhadora.
Foi um atentado ideológico, mas também um atentado económico. Para
mim, neoliberalismo era sobre isso: era um projeto político, e acho que a
burguesia e a classe capitalista corporativa colocaram em prática pouco
a pouco.
Não creio que começaram por ler Hayek ou algo do género, creio que
intuitivamente diziam: “Temos que esmagar a classe trabalhadora e como
fazemos?” E encontraram uma teoria legitimadora existente que apoiaria
esse objetivo.
Desde a publicação do O Neoliberalismo. História e Implicações [em
inglês] em 2005, muito já foi escrito sobre o conceito. Parece que tem
dois campos: estudiosos mais interessados na história inteletual do
neoliberalismo e pessoas que se preocupam com o “neoliberalismo
atualmente existente”. Onde se encaixa?
Há uma tendência nas ciências sociais, que tendo a resistir, para
procurar uma teoria singular das coisas. Então há uma ala de pessoas que
dizem que o neoliberalismo é uma ideologia e escrevem uma história
idealista dele.
Um exemplo disso é o argumento de governabilidade de Foucault que
vê as tendências de neoliberalismo já presentes no século XVIII. Mas se
você vê o neoliberalismo como uma ideia ou um conjunto de práticas
limitadas de governabilidade, vai encontrar vários precursores.
O que falta aqui é perceber a maneira pela qual a classe capitalista
orquestrou os seus esforços durante os anos 1970s e os primeiros anos da
década de 1980. Acho justo falar que na época – no mundo inglês, pelo
menos – os capitalistas corporativos se tornaram unificados.
Eles concordaram entre si sobre muitas coisas, como a necessidade de
uma força política para os representar. Então, deu-se o controlo do
Partido Republicano e uma tentativa de minar, até certo grau, o Partido
Democrata.
A partir dos anos 1970s, o Supremo tribunal tomou muitas decisões que
deixaram a classe capitalista corporativa comprar as eleições mais
facilmente que no passado.
Por exemplo, surgem reformas de financiamento de campanhas que
trataram as doações às campanhas como uma forma de livre expressão. Há
uma longa tradição nos Estados Unidos de capitalistas corporativos
comprarem eleições, mas agora essa prática foi legalizada ao invés de
ser considerada como corrupção escondida.
Em geral, penso que esse período foi definido por um movimento amplo
numa série de frentes, ideológicas e políticas. E a única maneira de
explicar aquele movimento amplo é reconhecer o relativamente alto grau
de solidariedade da classe capitalista corporativa. O capital reconheceu
o seu poder numa tentativa desesperada de recuperar a sua riqueza
económica e a sua influência, que tinham diminuíram a partir do fim dos
anos 1960 e continuaram assim nos anos 1970.
Houve numerosas crises desde 2007. Como a história e o conceito de neoliberalismo nos ajudam a entendê-las?
Houve poucas crises entre 1945 e 1973; houve alguns momentos sérios,
mas nenhuma crise grande. A viragem para políticas neoliberais ocorreu
no meio da crise dos anos 1970, e o sistema inteiro tem sofrido uma
série de crises desde então. E, é claro, crises produzem as condições de
futuras crises.
Em 1982-1985, houve uma crise de endividamento no México, Brasil,
Equador e basicamente todos os países em desenvolvimento, inclusive
Polónia. Em 1987-1988, teve a grande crise nas instituições de poupança e
crédito nos Estados Unidos. Teve uma crise ampla na Suécia em 1990 e
todos os bancos tiveram que ser nacionalizados.
Então, certamente temos a Indonésia e Ásia Sudeste em 1997-1998,
depois a crise mudou para a Rússia, Brasil e atingiu a Argentina em
2001-2002.
E existiram problemas nos Estados Unidos em 2001 que foram resolvidos
tirando dinheiro da bolsa de ações e colocando-o no mercado
imobiliário. Em 2007-2008, o mercado imobiliário implodiu, então deu-se a
crise aqui.
Pode olhar num mapa do mundo e ver como as tendências à crise se
movimentaram. Pensar no neoliberalismo é útil para entender essas
tendências.
Um dos maiores movimentos de neoliberalização foi a demissão de todos
os keynesianos do Banco Mundial e FMI em 1982 – um saneamento total dos
assessores económicos que tinham ideias keynesianas.
Foram substituídos por economistas neoclássicos do lado da oferta e a
primeira coisa que fizeram foi decidir que a partir de então o FMI
deveria seguir uma política de ajuste estrutural sempre que surgisse uma
crise.
Em 1982, certamente, houve uma crise de endividamento no México. O
FMI disse: “Vamos salvar-te”. Na verdade, o que o FMI fez foi salvar os
bancos de investimento de Nova York e implementar uma política de
austeridade.
A população de México sofreu algo como uma perda de 25% do seu padrão
de vida nos quatro anos depois que se seguiram a 1982 como resultado
das políticas de ajuste estrutural do FMI.
Desde então, houve quatro ajustes estruturais no México. Muitos
outros países tinham sofrido mais do que um. Essa tornou-se uma prática
padrão.
O que estão a fazer na Grécia agora? É quase uma cópia do que fizeram
no México em 1982, mas só mais sofisticado. Isto é o que também
aconteceu nos Estados Unidos em 2007-2008. Salvaram bancos e fizeram as
pessoas pagarem através de uma política de austeridade.
As crises recentes e a forma como as mesmas foram geridas
pelas classes dominantes fez com que repensasse a sua teoria sobre o
neoliberalismo?
Bom, não creio que a solidariedade entre a classe capitalista hoje
seja como antes. Geopoliticamente, os Estados Unidos não estão numa
posição de mandar globalmente como nos anos 1970.
Acho que estamos a assistir a uma regionalização das estruturas
globais de poder dentro do sistema de estados – hegemonias regionais
como Alemanha na Europa, Brasil na América Latina, China na Ásia
Oriental.
Obviamente, os Estados Unidos ainda têm uma posição global, mas os
tempos mudaram. Obama pode ir ao G20 e dizer: “Devemos fazer isso” e
Angela Merkel pode responder “Não estamos a fazer isso”. Isso não
aconteceria nos anos 1970.
Então a situação geopolítica é mais regionalizada, há mais autonomia.
Penso que é parcialmente um resultado do fim da Guerra Fria. Países
como Alemanha não precisam mais de depender dos Estados Unidos para
proteção.
Além disso, o que tem sido chamado de a “nova classe capitalista” de
Bill Gates, Amazon e Silicon Valley tem políticas diferentes dos
tradicionais capitalistas do petróleo e da energia.
Como resultado, tendem a agir de forma própria, então há muita
rivalidade entre, digamos, energia e finanças, e energia e o pessoal de
Silicon Valley, etc. Há sérias divisões que são evidentes em questões
como mudança climática, por exemplo.
A outra coisa crucial, penso eu, é que a onda neoliberal dos anos
1970 não aconteceu sem resistência. Houve resistência massiva dos
trabalhadores, de partidos comunistas na Europa, etc.
Mas eu diria que até o fim dos anos 1980, a luta foi perdida. Então,
na medida em que a resistência tem desaparecido, os trabalhadores e
sindicatos já não têm o poder que tinham, a solidariedade entre a classe
dominante não é mais necessária para [o neoliberalismo] funcionar. Não
precisa mais de se juntar e fazer algo contra a luta de baixo porque não
existe mais uma ameaça. A classe dominante está a dar-se extremamente
bem e não precisa de mudar realmente nada.
Porém, enquanto a classe capitalista está a dar-se muito bem, o
capitalismo não está. As taxas de lucro recuperaram-se, mas as taxas de
reinvestimento são terrivelmente baixas e muito dinheiro não está a
circular de volta na produção e está a ir para a compra de terras e a
especulação financeira.
Vamos falar mais sobre resistência. No seu trabalho, aponta o
aparente paradoxo de que os ataques neoliberais foram acompanhados por
um processo paralelo de declínio em luta de classes – pelo menos no
Norte Global – a favor de “novos movimentos sociais” para liberdades
individuais. Pode desvendar como o neoliberalismo provoca certas formas
de resistência?
Aqui uma proposta para pensar. E se cada modo dominante de produção,
com a sua configuração política particular, cria um modo de oposição
como uma imagem de espelho a si mesmo?
Durante a era Fordista da organização do processo da produção, a
imagem de espelho era o grande e centralizado movimento sindical e os
partidos políticos centralistas democráticos.
A reorganização do processo da produção e a viragem para a acumulação
flexível durante os tempos neoliberais têm produzido uma esquerda que,
em muitos aspetos, é a sua imagem de espelho: redes, descentralização,
não hierárquica. Acho isso muito interessante.
E até certo ponto a imagem de espelho confirma aquela que está tentar
destruir. No final, acho que o movimento sindical na verdade reforçou o
Fordismo.
Creio que uma grande parte da esquerda hoje, sendo muito autonomista e
anárquica, está na verdade a reforçar o jogo final do neoliberalismo. E
muitas pessoas da esquerda não gostam de ouvir isso.
Mas, é claro, a questão surge: Há forma de se organizar que não é uma
imagem de espelho? Podemos esmagar esse espelho e encontrar algo
diferente que não faz o jogo do neoliberalismo?
A resistência ao neoliberalismo pode ocorrer de diferentes maneiras.
No meu trabalho, eu enfatizo que o ponto no qual o valor é realizado é
também um ponto de tensão.
O valor é produzido no processo de trabalho, e esse é um aspeto muito importante da luta de classes. Mas o valor é realizado no mercado através do comércio, e há muita política envolvida nisso.
Muita resistência à acumulação de capital ocorre não só no lugar de
produção, mas também através do consumo e a realização do valor.
O exemplo de uma fábrica de automóveis: grandes fábricas costumavam
empregar 25 mil trabalhadores; agora empregam 5 mil, pois a tecnologia
tem reduzido a necessidade de trabalhadores. Então cada vez mais
empregos estão a ser deslocados da esfera de produção e estão a ser cada
vez mais empurrados dentro da vida urbana.
O centro principal de descontentamento dentro da dinâmica capitalista
está crescentemente a mudar para lutas sobre a realização do valor –
sobre as políticas da vida quotidiana na cidade.
Os trabalhadores obviamente são importantes e há muitas questões
relativamente aos trabalhadores que são cruciais. Se estivéssemos em
Shenzhen na China, lutas sobre o processo de trabalho são dominantes. E
nos Estados Unidos, por exemplo, a greve na empresa Verizon deveria ter
sido apoiada.
Mas em muitos lugares no mundo, lutas sobre a qualidade da vida
quotidiana são dominantes. Registe-se as grandes lutas nos últimos dez a
quinze anos: algo como Gezi Park em Istambul não foi uma luta de
trabalhadores, foi descontentamento com as políticas da vida quotidiana e
a falta de democracia e os processos decisórios; as revoltas nas
cidades brasileiras em 2013, novamente foram manifestações de
descontentamento com as políticas da vida quotidiana: transporte,
possibilidades e contra todos os gastos nos grandes estádios quando não
havia dinheiro para construir escolas, hospitais e habitação decente. As
revoltas que nós vemos em Londres, Paris e Estocolmo não são sobre o
processo de trabalho: são sobre as políticas de vida quotidiana.
Essas políticas são bem diferentes das políticas que existem no lugar
da produção. No lugar do trabalho, é capital versus trabalho. Lutas
sobre a qualidade da vida urbana são menos claras em relação à sua
configuração de classe.
Políticas claras de classe, que geralmente vêm de um entendimento
sobre produção, ficam mais confusas enquanto se tornam mais realistas. É
uma questão de classe, mas não é uma questão de classe no sentido
clássico.
Considera que falamos demais sobre neoliberalismo e pouco
sobre capitalismo? Quando é apropriado usar um termo ou o outro, e quais
são os riscos envolvidos em misturá-los?
Muitos liberais dizem que o neoliberalismo foi longe demais em
relação à desigualdade de rendimento, que a privatização foi além do
normal, que existem bens comuns que temos que cuidar, tal como o meio
ambiente.
Há também uma variedade de maneiras de falar sobre o capitalismo, a
economia da partilha, por exemplo, que acaba por ser muito capitalizada e
muito exploradora.
Há a noção de capitalismo ético, que acaba por ser simplesmente sobre
a necessidade de ser honesto em vez de roubar. Portanto, há
possibilidades nas mentes de algumas pessoas de algum tipo de reforma da
ordem neoliberal para uma outra forma de capitalismo.
Acho possível que se possa fazer um capitalismo melhor do que o atualmente existe. Mas não muito melhor.
Os problemas fundamentais estão tão enraizados agora que não há forma
de avançar sem um movimento anticapitalista forte. Então, colocaria as
coisas nos termos anticapitalistas ao invés de colocá-las em termos anti
neoliberais.
E creio que o perigo é que, quando ouço pessoas a falar de anti
neoliberalismo, não existe a perceção de que o capitalismo em si, em
qualquer das suas formas, é o problema.
A maioria dos anti neoliberal falha em não tratar dos macroproblemas
de crescimento composto sem fim – problemas ecológicos, políticos e
económicos. Então, prefiro falar de anti capitalismo do que de anti
neoliberalismo.
Publicado originalmente no blog da revista Jacobin.
Tradução de Sean Purdy para o Blog Junho.