Sexta, 15 de julho de 2016
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil
Treze presos, entre eles três delegados federais acusados de
envolvimento em crimes contra a Previdência Social, serão ouvidos hoje
(15), no Fórum Criminal Federal de São Paulo. Eles foram detidos ontem
(14) durante a Operação Inversão, da Polícia Federal (PF), em que, além
das prisões, os agentes cumpriram 23 mandados de busca e apreensão e
quatro mandados de condução coercitiva.
Como parte da ação de
combate à corrupção, a Polícia Federal pediu o afastamento de um
policial das atividades na 9ª Vara Criminal Federal de São Paulo. De
acordo com a PF, os investigados serão indiciados e responderão, na
medida de suas participações, por crimes de corrupção ativa e corrupção
passiva.
A apuração do caso começou em agosto do ano passado,
após a PF ter sido informada sobre o pagamento de propinas a delegados -
lotados na Delegacia de Crimes Previdenciários (Deleprev), da
Superintendência da Polícia Federal - que se comprometiam a interromper
as investigações sobre fraudes em várias agências do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS) envolvendo valores que atingiam R$ 50 mil por
dia.
Segundo o Ministério Público Federal, em um dos casos, o
dono de uma consultoria, Marivaldo Bispo dos Reis, o Miro, que está
entre os detidos, teria pago aos policiais de R$ 500 a R$ 800 mil.
Quatro pessoas ligadas a ele também foram intimadas a prestar
esclarecimentos.
Um dos policiais acusados é o ex-chefe da
Deleprev, Ulisses Francisco Vieira Mendes, atualmente, aposentado. Os
outros dois delegados da mesma unidade são: Rodrigo Cláudio de Gouvea
Leão e Carlos Bastos Valbão.
Foram presos também os
intermediários Moisés Dias Morgado, Dorival Donizete Correa, Maria Lúcia
Ribeiro, José Carlos da Rocha e Manoel Carlos da Silva. Um dos nomes
com pedido de prisão é o advogado de Miro, Cláudio Ademir Mariano, que
está foragido.