Sábado, 23 de julho de 2016
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Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil
Os 23 anos da chacina da Candelária foram lembrados hoje (23) por
ativistas que se reuniram na praça em frente a tradicional igreja, no
centro do Rio, onde, em 23 de julho de 1993, oito meninos foram
assassinados enquanto dormiam. O episódio se converteu em um ícone da
violência contra jovens negros e pobres no Brasil.
Como tem
ocorrido ao longo dessas mais de duas décadas, parentes das vítimas
desse e de outros crimes do tipo voltaram a cobrar mudanças nas
políticas de segurança pública. Irmã de um dos sobreviventes da chacina,
Vagner dos Santos, hoje vivendo fora do Brasil, Patricia Oliveira disse
que marcar presença ali é uma forma de luta.
“Acontece tanta
chacina no Rio de Janeiro que uma nova acaba acobertando a outra. Então,
todos os anos fazemos questão de estar aqui lembrando, para que as
pessoas não esqueçam”, disse Patrícia. Mães que perderam filhos em
outras situações de violência também participaram da vigília.
Norte-americanos
Uma
delas era Maria de Fátima Silva, mãe de Hugo Leonardo, assassinado em
2012. O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção
policial, mas ela afirmou que foi uma execução.
“Já faz quatro
anos e até agora nada foi resolvido. Deram um tiro na barriga dele, que
estava de joelhos, com a camisa na boca e as mãos para cima. E deram
outro tiro de misericórdia, na cabeça”, acrescentou.
Este ano, a
vigília contou com a presença de ativistas norte-americanos do movimento
Black Lives Matter (Vidas negras importam), que luta contra a violência
policial e o racismo nos Estados Unidos. O ato foi encerrado com uma
caminhada do movimento Candelária Nunca Mais.