Quinta, 28 de julho de 2016
André Richter - da Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) enviou hoje (28) ao juiz
federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, laudo no qual
afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira
dama Marisa Letícia orientaram as reformas realizadas no Sítio Santa
Barbara, em Atibaia (SP).
O imóvel é frequentado pela família do
ex-presidente e alvo das investigações da Operação Lava Jato, que apura a
suspeita de que as obras foram pagas pela construtora OAS, que é
investigada na operação.
Segundo
os investigadores, as reformas começaram após a compra da propriedade
pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, quando” foram
elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as
necessidades da família do ex-presidente”. De acordo com a PF, a
execução das obras foi coordenada por um arquiteto da OAS, “com
conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro”.
No laudo, os
peritos citam as obras que foram realizadas, entre elas a de uma cozinha
avaliada em R$ 252 mil. A estimativa é de que tenham sido gastos R$ 1,7
milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) com a reforma (R$
544,8 mil).
"Os peritos apontam para evidencias substanciais que a
Cozinha Gourmet foi reformada e instalada entre o período aproximado de
março a junho de 2014, tendo sido acompanhada por arquiteto da OAS, sob
comando de Léo Pinheiro [ex-presidente da empreiteira] e, segundo
consta nas comunicações do arquiteto da Construtora, com orientação do
ex-presidente Lula e sua esposa", diz trecho do laudo.
Em
nota, o Instituto Lula negou mais uma vez que o ex-presidente seja
proprietário do sítio. “O ex-presidente sempre agiu dentro da lei antes,
durante e depois da Presidência da República, por isso é reconhecido em
pesquisas como o melhor presidente da história do Brasil”, diz o
comunicado.