Terça, 26 de julho de 2015
Luciano Nascimento - da Agência Brasil
A Polícia Federal pediu o indiciamento do
ex-ministro Paulo Bernardo pelos crimes de corrupção passiva e por
integrar organização criminosa, em decorrência das investigações da
Operação Custo Brasil, que apura um suposto esquema de fraude de R$ 100
milhões em contratos de empréstimos consignados no âmbito do Ministério
do Planejamento entre 2010 e 2015.
O pedido de indiciamento foi
encaminhado ao Ministério Público, que vai analisar se denuncia o
ex-ministro. Além do Ministério do Planejamento, Bernardo já comandou o
Ministério das Comunicações.
No dia 23 de junho, Paulo Bernardo foi preso
por suspeita de ter recebido R$ 7,1 milhões de propina em um esquema
envolvendo uma empresa de software, a Consist, que administrava
contratos de crédito consignado para funcionários públicos. De acordo
com as investigações, agentes públicos e políticos recebiam pagamentos
ilegais a partir do contrato feito com a empresa.
Os serviços da
empresa eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos
funcionários públicos que aderiam a essa modalidade de crédito. O
inquérito aponta que, desse montante, 70% era desviado para empresas de
fachada. A partir dos contratos falsos, os recursos chegavam aos
destinatários finais, entre eles o ex-ministro. Segundo o Ministério
Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, Bernardo teve despesas
pessoais e de campanhas eleitorais pagas pelo esquema de corrupção.
A prisão foi revogada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli no dia 29 de junho.
Defesa
Em
nota, a advogada de Paulo Bernardo, Verônica Abdalla Sterman, afirmou
que ex-ministro não participou ou teve “qualquer ingerência na
celebração ou manutenção do acordo de cooperação técnica celebrado
autonomamente entre a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e as associações de Bancos e
Previdência (ABBC e SINAPP). A defesa também reiterou que Bernardo não
recebeu qualquer quantia da Consist, direta ou indiretamente.