Segunda, 11 de julho de 2016
Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil
Uma
das maiores apostas na Câmara desde que Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
anunciou a renúncia à presidência da Casa na última quinta-feira (7), a
candidatura do deputado Rogério Rosso (PSD-DF) foi confirmada hoje (11).
O próprio parlamentar anunciou sua decisão tomada “após um longo final
de semana de conversas, entendimentos e percepções”, mas alertou que
tudo dependerá das regras que forem estabelecidas para a eleição.
“Vamos
registrar a candidatura não por vontade própria mas de um conjunto de
parlamentares que entendem que reunimos o perfil que a Casa necessita
para a presidência”, afirmou Rosso.
O deputado do Distrito
Federal é agora um dos nomes do chamado centrão - PP, PR, PSD, PTB,
PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL – que participam da disputa. A
expectativa é que o número de candidaturas aumente até o dia da votação,
que deve ocorrer na quarta-feira (13), e não deve haver costuras para
que menos nomes concorram no primeiro turno. A negociação acontecerá no
segundo turno, quando os que reunirem mais números de votos terão que
buscar apoio dos que acabarem derrotados.
Outro
candidato que representa o mesmo grupo é o 1° secretário da Mesa
Diretora da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), que tem comandado as
articulações para solução dos recentes impasses na Casa. Neste final de
semana, Mansur que se reuniu na casa de Rosso com outros líderes
partidários, conseguiu convencer o presidente interino da Casa, Waldir
Maranhão (PP-MA), que queria a eleição na quinta-feira (14), a antecipar
em um dia o pleito.
O mesmo foi feito com outras lideranças que
defendiam eleições na terça-feira (12) e foram convencidos a esperar um
dia a mais. Neste grupo estão PMDB, PEN, PTB, PSC, PP, PTN, PR, PRB, PV,
PHS, SD, Pros e PSL.
Hoje a decisão terá que ser homologada pela
Mesa Diretora em uma reunião marcada para as 15h. Mansur explicou que
ainda pretende discutir as regras para as eleições, como o tempo de fala
de cada candidato e o intervalo entre o primeiro e segundo turno que
deve ser de cerca de uma hora. Outra decisão deve ser o prazo para as
candidaturas, até 12h da quarta-feira.
Mansur explicou que,
depois da reunião da Mesa, as decisões serão levadas para o aval do
Colégio de Líderes, que vai se reunir às 17h. “Independentemente da
minha candidatura estou buscando uma eleição tranquila, sem
interferência do governo Temer, de Lula e de Cunha”, afirmou.
Perguntado
sobre a disputa com outros parlamentares do centrão, incluindo Rosso, o
1° secretário descartou que isto enfraqueça a harmonia na base aliada
do presidente interino Michel Temer. “Pondero que, neste momento, os
candidatos apresentem suas propostas no primeiro turno. Isto não vai
quebrar a base e no segundo turno se definem apoios”, explicou,
antecipando que vai buscar um candidato que apoie o governo. Rodrigo
Maia (DEM-RJ) é outro nome que pode oficializar sua candidatura nas
próximas horas.
Pelo PMDB, Marcelo Castro (PI) e Fábio Ramalho
(MG) registraram oficialmente suas candidaturas. Ainda há expectativa de
que outros nomes, entre eles, Baleia Rossi (SP), Osmar Serraglio (PR),
Carlos Marun (MS) e Sérgio Souza (PR), entrem na disputa. Outros
registros foram os de Fausto Pinato (PP-SP), Carlos Gaguim (PTN-TO),
Carlos Manato (SD-ES) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Cristiane Brasil
(PTB-RJ), filha do delator do mensalão Roberto Jefferson, também
declarou a intenção de concorrer.