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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Governo em que subsecretário manda mais que o secretário só pode dar no que está dando o do DF; Ex-secretário de Saúde diz que deixou pasta por desentendimentos com Nóbrega

Quinta, 18 de agosto de 2016
Se subsecretário manda mais do que secretário, quem manda no governador?
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Gondim prestou depoimento à CPI da Saúde

Da CLDF
Em depoimento nesta quinta-feira (18) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, que apura suposto desvio de dinheiro na Secretaria de Saúde, o ex-secretário da pasta, Fábio Gondim, disse que desentendimentos com o atual subsecretário de Saúde, Marcello Nóbrega, motivaram sua saída do cargo.
Gondim, que é consultor em Orçamento no Senado, foi secretário de Saúde entre agosto de 2015 a março de 2016. Ao ser indagado pelo deputado Lira (PHS) sobre os motivos de sua curta permanência à frente da Secretaria, Gondim relatou que não gostava da "postura agressiva" de Nóbrega com alguns servidores. Segundo Gondim, Nóbrega não perdia a oportunidade de mostrar liderança ostensiva e aproximação com o governador Rodrigo Rollemberg. Gondim acrescentou que sempre teve uma "relação cordial" com o governador, que o convidou para o cargo, segundo ele, por sua vasta experiência em gestão pública.
No entanto, Gondim afirmou que nunca desconfiou ou sequer ouviu falar que tanto Nóbrega quanto o ex-subsecretário de Saúde, Marco Júnior, estivessem envolvidos em atividades ilícitas na Secretaria. Por outro lado, Gondim não quis discriminar os nomes que compõem a "banda podre" da Secretaria, expressão dita por ele em gravação apresentada à CPI pela presidente do Sindicato dos Servidores de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.
Déficit - Ao responder sobre sua atuação na Secretaria ele disse que enfrentou muitos desafios, especialmente na área de Recursos Humanos, no controle de medicamentos e na manutenção de equipamentos, aliados ao déficit de R$ 6 bilhões do GDF. Segundo ele, "a estrutura era feita para não funcionar". Alegou que fez uma ampla reforma administrativa, cujos resultados podem demorar para "aparecer na ponta", isto é, percebidos pela população usuária do sistema público de saúde.
"O caos interessa há muitos; não se quer gestão e informação gerencial porque elas inibem a corrupção", declarou Gondim ao finalizar suas respostas ao deputado Lira. A oitiva prossegue durante a tarde de hoje no plenário da Casa. 
Franci Moraes - Coordenadoria de Comunicação Social