Sexta, 19 de agosto de 2016
Do MPC do DF
Ofícios foram entregues na quarta-feira (17). Em outra frente, Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de servidores apontados de envolvimento no suposto esquema de propina
Ministério Público de Contas (MPC/DF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) expediram ofícios conjuntos nesta quarta-feira (17), onde questionam quando os titulares da Casa Civil e da Secretaria de Planejamento (SEPLAG) souberam da denúncia de concussão de que teria sido vítima a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde), Marli Rodrigues. O MP também questiona se já houve algum tipo de apuração ou providências.
Ainda na quarta-feira, as 2ª e 4ª Promotorias de Justiça de Defesa dos Usuários da Saúde (Prosus) e a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), com o apoio da 5ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Prodep), 3ª Promotoria Regional de Patrimônio Público (Proreg) e da Procuradoria-Geral do MP de Contas, cumpriram dez mandados de busca e apreensão. As buscas fazem parte da Operação Delfos e foram feitas nas dependências da SEPLAG e da Ouvidoria da vice-governadoria do DF, em cumprimento à decisão da 3ª Vara Criminal de Brasília.
A Operação Delfus investiga a associação criminosa de servidores públicos e comissionados do GDF com a finalidade de obter ilicitamente proveito de particulares, tendo como uma das vítimas o SindSaúde. As provas reunidas apontam que os investigados, valendo-se de seus cargos públicos e da influência que exerciam, exigiam vantagem econômica em troca de facilidades junto ao GDF.
RELEMBRE O CASO – A denúncia veio a público quando a imprensa divulgou, em 16 de julho, conversas entre Marli Rodrigues, e o vice-governador do DF, Renata Santana. Nos diálogos, gravados por Marli, eles falariam sobre supostos pagamentos de propina no governo na área da saúde. Logo em seguida, MP de Contas e MPDFT encaminharam cinco ofícios a representantes do governo pedindo apuração imediata, cópias de documentos e outras informações acerca das gravações. Os ofícios foram entregues ao vice-governador, Renato Santana; ao secretário de Saúde, Humberto Pereira da Fonseca; ao controlador-geral do DF, Henrique Moraes Ziller; ao subsecretário de Logística e Infraestrutura de Saúde, Marcelo Nóbrega; e ao Fundo de Saúde do DF, atualmente dirigido por Arthur Luiz Pinho de Lima. Na mesma semana, Marli Rodrigues e o assessor Caio Barbieri foram ouvidos por membros do MP de Contas e MPDFT.