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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 9 de agosto de 2016

MPF/DF vai investigar caso envolvendo Delcídio do Amaral e Edinho Silva

Terça, 9 de agosto de 2016
Do MPF no DF
Ex-senador acusa Edinho Silva de oferecer dinheiro de propina para pagar contas de campanha eleitoral
 
O Ministério Público Federal em Brasília (MPF/DF) requisitou a abertura de inquérito policial para apurar possíveis irregularidades praticadas pelo ex-ministro das Comunicações Edson Antônio da Silva, conhecido como Edinho Silva, pelo Laboratório Farmacêutico EMS S.A e pelo ex-senador Delcídio do Amaral. O caso é decorrente de informações reveladas pelo ex-parlamentar em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.


O caso chegou ao MPF/DF depois de uma decisão do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao determinar que a investigação fosse enviada à primeira instância, o ministro Teori Zavascki considerou dois aspectos: a perda da prerrogativa de foro por parte dos envolvidos e o fato de que o tema tratado nesta parte da colaboração de Delcídio não possui relação com as irregularidades apuradas em Curitiba.

Na delação, o ex-senador afirmou ter recebido do ex-ministro - na época, tesoureiro da campanha pela reeleição de Dilma Rousseff - a promessa de pagamento de propina. Ainda de acordo com a narrativa de Delcídio, o dinheiro a ser usado para quitar contas da campanha teria como origem a empresa EMS S.A. Em 2014, época dos fatos, Delcídio do Amaral disputou o cargo de governador de Mato Grosso do Sul.

A instauração de inquérito policial foi requisitada pelo MPF/DF após analisar os documentos enviados pelo STF. No parecer enviado nesta segunda feira, 8 de agosto, à Justiça Federal, o MPF pede à 10ª Vara Federal a baixa dos autos à Polícia Federal. Com isso, a investigação passará a ser conduzida de forma conjunta entre MPF e Polícia Federal.

Ainda na requisição, o MPF/DF esclarece que a Procuradoria-Geral da República já havia se manifestado pela abertura do inquérito, quando o caso ainda estava no STF, e que, embora Edinho Silva e a empresa tenham negado a participação nas irregularidades, os indícios reunidos até o momento justificam a continuidade da investigação. O objetivo do inquérito é apurar se houve a prática de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, além do envolvimento de outras empresas ou pessoas físicas.