Quinta, 11 de agosto de 2016
Michelle Canes – da Agência Brasil
O
juiz federal Sérgio Moro determinou que o pecuarista José Carlos Bumlai
volte à prisão. Em março deste ano, após ser diagnosticado com câncer
na bexiga, o pecuarista ganhou o direito a recolhimento domiciliar para
fazer tratamento. Ele deverá se apresentar à Polícia Federal de Curitiba
no próximo dia 23.
Segundo o despacho de Moro, Bumlai obteve
permissão para cumprir a prisão preventiva (quando não há prazo
determinado para terminar) em regime domiciliar por questões de saúde.
Inicialmente o juiz determinou que ele ficasse nesse regime por 3 meses,
mas o período foi prorrogado depois que o pecuarista precisou ser
submetido a uma cirurgia cardíaca. O novo prazo concedido por Moro tem
fim este mês e a defesa pediu mais uma vez a prorrogação do período, o
que foi negado pelo juiz.
“No momento, após cinco meses de prisão
domiciliar, a situação de saúde do acusado mostra-se estabilizada”, diz
Moro, no despacho registrado na noite de ontem (10) no sistema da
Justiça Federal do Paraná. O juiz diz ainda que a necessidade de
realizar exames periódicos para o controle do tumor e da reabilitação
cardíaca não justificam a prisão domiciliar.
“Esses exames e a
reabilitação cardíaca, além do próprio recebimento de medicamentos para
controle desses males, podem ser feitos, sem qualquer dificuldade, em
Curitiba, no próprio Complexo Médico Penal, no qual o acusado estava
previamente recolhido, ou eventualmente, se necessário, por saídas
periódicas para hospitais privados em Curitiba”, diz a decisão.
Para
o juiz, o pecuarista não se enquadra nas hipóteses previstas em lei
para que a prisão siga sendo cumprida em regime domiciliar e determinou
que o Bumlai retorne à prisão. “Deverá se apresentar à Polícia Federal
em Curitiba no dia 23/08/2016”, determinou Moro.
No despacho, o
juiz lembra que o pecuarista teve prisão preventiva decretada em
novembro do ano passado e que foi acusado, em uma das ações penais da
Operação Lava Jato, de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
crimes financeiros. Na decisão, o juiz registra ainda que outros
ilícitos relacionados ao empresário ainda estão sendo investigados.
Bumlai
foi preso na Operação Passe Livre, 21ª fase da Operação Lava Jato. A
prisão ocorreu no mesmo dia em que o pecuarista iria depor na Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, na Câmara dos Deputados, que
investiga operações envolvendo o banco estatal.