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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Protocolado pedido de CPI da Caesb com mais de 25 mil assinaturas

Quarta, 3 de agosto de 2016
Da CLDF
Uma comissão de servidores da Caesb entregou aos deputados distritais, na tarde desta quarta-feira (3), pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar "indícios de corrupção na gestão atual do órgão". Segundo Alexandre Pimenta, da diretoria de comunicação do Sindicato de Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do DF (Sindágua-DF), o requerimento conta com mais de 25 mil assinaturas de brasilienses. Se correto, o número pode resultar na primeira CPI de iniciativa popular do DF.

O pedido de investigação e as assinaturas colhidas foram entregues em plenário, durante suspensão da sessão ordinária da Câmara Legislativa, e a presidente da Casa, deputada Celina Leão (PPS), pediu que os documentos fossem protocolados oficialmente ainda nesta tarde. No requerimento, há denúncias de que o presidente da Caesb teria assinado contratos com empresas ligadas a sua família.

O requerimento foi apresentado com amparo na Lei nº 5.608/2016, de autoria do deputado Ricardo Vale (PT), que prevê a criação de comissão parlamentar de inquérito de iniciativa popular, desde que atendidas as formalidades, como ter a assinatura de 1% do eleitorado do DF, distribuídos por três zonas eleitorais.

Negociação – Celina Leão lembrou que os servidores da Caesb estão em greve há quase três meses e acusou o governo de "falta de vontade" para construir uma solução. "Recebemos com respeito a demanda de criação da primeira CPI de iniciativa popular, mas é frustrante perceber a incapacidade de diálogo do governo com o servidor", afirmou.

Na mesma linha, o deputado Chico Vigilante criticou a "falta de habilidade" do governo no processo de negociação. "A conta de água subiu 16% em 2015, e quase 11% este ano", apontou, lembrando que a Caesb não se subordina aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Autor da lei que prevê a criação de CPI de autoria popular, Ricardo Vale destacou que a Caesb é um "patrimônio público". Já o deputado Raimundo Ribeiro (PPS) fez questão de comentar a acusação de que haveria nepotismo nos quadros da companhia – servidores argumentam que o próprio presidente do órgão seria primo do governador. "Isso não é do agrado da população, que não votou no governo para isso", afirmou.

Para o líder do governo na Casa, deputado Júlio César (PRB), é preciso cautela. "De onde tirar dinheiro para todas as categorias? A posição do governador é muito difícil", argumentou.

Denise Caputo - Coordenadoria de Comunicação Social