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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

PSOL busca apoio em partidos de direita em eleição para prefeitura de Porto Alegre/RS

Segunda, 29 de agosto de 2016

Segundo fontes, tentativa de aliança entre PSOL e REDE em torno da candidatura de Luciana Genro dá errado e partido marinista apoiará outro candidato.

No centro, Luciana Genro, pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre
No início de junho, em uma convenção realizada em Porto Alegre, capital gaúcha, com a participação de militantes partidário do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados), PCB (Partido Comunista Brasileiro), REDE (Rede Sustentabilidade) e PPL (Partido Pátria Livre), além de outros dois partidos que ainda estão em processo de recolhimento de assinaturas para terem seus registros regulamentados, RAIZ (Raiz – Movimento Cidadanista) e UP (Unidade Popular Socialista), foi lançada a pré-candidatura à prefeitura de Luciana Genro à cidade de Porto Alegre.

Já se dava a entender que haveria uma aliança entre as cinco siglas em torno da candidatura de Luciana Genro. No entanto, segundo fontes, a REDE, de Marina Silva, não apoiará a candidatura da ex-presidenciável Luciana Genro. Há probabilidades que o partido marinista apoie o candidato peemedebista, Sebastião Melo, ou o candidato pedetista, Vieira da Cunha.

Posição do PSOL nos últimos meses

Nos últimos meses, o PSOL em vários estados e cidades proibiu a coligação e alianças com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ambos os partidos são fortemente criticados pelos quadros do PSOL e muitas vezes considerados partidos de direita.

Todavia, a situação do PSOL se encontra confusa. Enquanto no Rio de Janeiro, Freixo recebe críticas por dialogar com lideranças do PCdoB, em Porto Alegre, Luciana Genro tem liberdade para dialogar com o PPL e o REDE de Marina Silva. É importante lembrarmos também que Marina Silva apoiou Aécio Neves no segundo turno eleitoral em 2014.

O PSOL, mesmo sendo um partido crítico do governo Dilma Rousseff, em momento algum se alinhou ao processo de impeachment. Porém, Marina Silva e o PPL foram partidos/personalidade defensores do impeachment da presidenta. Além disso, tanto o REDE, quando o PPL, não propõem nenhum rompimento com a estrutura capitalista em seus programas. Além do mais, ambos os partidos não colocam restrições em suas listas de filiações, sofrendo de algo que muitos partidos sofrem no Brasil: falta de identidade e ideologia definida.

Aparentemente, o PSOL está seguindo o mesmo caminho ingênuo do PT, buscando alianças e coligações com partidos de direita, em busca de fortalecimento eleitoral e político. No entanto, a confusão fica pelo fato do PSOL descartar coligações com o PT e PCdoB, por motivos ideológicos e políticos, mas buscar apoio em legendas de direita, como o PPL e o REDE.