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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

10 maiores empresas ganham mais do que maioria dos países do mundo juntos. A Walmart, Apple e Shell são mais ricas do que a Rússia, Bélgica e Suécia

Quinta, 15 de setembro de 2016
Do Esquerda.Net
69 das 100 maiores entidades econômicas são empresas, e não países. Se olharmos para a lista das 200 principais entidades económicas, a situação é ainda mais flagrante, já que 153 são empresas. A Walmart, Apple e Shell são mais ricas do que a Rússia, Bélgica e Suécia.
14 de Setembro, 2016
Segundo a Global Justice Now, em 2015, as 10 maiores empresas do mundo - entre as quais a Walmart, Shell e Apple - registraram uma receita combinada superior à receita dos 180 países com menos dinheiro, lista que inclui a Irlanda, Indonésia, Israel, Colômbia, Grécia, África do Sul, Iraque e Vietname*.

O diretor da Organização Não Governamental (ONG), assinala que "a vasta riqueza e poder das multinacionais está na base de muitos dos problemas do mundo - como a desigualdade e as alterações climáticas”.

A procura atual por lucros de curto prazo parece sobrepor-se aos direitos humanos mais elementares de milhões de pessoas no planeta. Estes números mostram que o problema está a piorar”, alerta Nick Dearden.

"O governo do Reino Unido tem facilitado este aumento do poder empresarial - através de estruturas fiscais, acordos comerciais e até mesmo programas de apoio que ajudam grandes empresas”, sublinha o representante da ONG.

Todo o seu apoio incondicional ao acordo comercial EUA-UE (TTIP) , é apenas o mais recente exemplo do apoio do governo às grandes empresas”, acrescenta, lamentando que, “vergonhosamente, [o Reino Unido] também se opõe sistematicamente ao apelo dos países em desenvolvimento no sentido de garantir que as empresas prestem contas na ONU dos seus impactos sobre os direitos humanos”. 

É por isso que hoje estamos a juntar campanhas de todo o mundo para exortar o governo britânico a parar de bloquear essa reivindicação internacional por justiça", destaca Dearden.

A Global Justice Now divulgou agora estes números por forma a aumentar a pressão sobre o governo britânico para que este não vete, tal como já fez no passado com propostas semelhantes, a criação de um tratado juridicamente vinculativo, a nível nacional e global, que assegure que as transnacionais são abrangidas por todas as responsabilidades no domínio dos direitos humanos. O documento está a ser preparado por um grupo de trabalho da ONU, liderado pelo Equador.


* Os números apresentados pela Global Justice Now foram calculados a partir de uma comparação direta das receitas anuais das empresas e a receita anual dos países. Fontes: CIA World Factbook 2015 e Fortune Global 500.
Esquerda.net com Global Justice Now.

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