Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Alckmin é denunciado na ONU por repressão a protestos

Terça, 20 de setembro de 2016
Deu em Conectas

Em reunião do Conselho de Direitos Humanos, Conectas critica violência policial, prisões ilegais e infiltração de agente do exército


PM dispersa protesto na Avenida Paulista contra o governo de Michel Temer
Paulo Pinto/ AGPT
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin foi alvo na tarde de hoje (19/9) de denúncia no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas por conta da repressão policial contra manifestantes contrários ao governo de Michel Temer.
No pronunciamento, realizado às vésperas do discurso do presidente na abertura da Assembleia Geral da ONU, a Conectas Direitos Humanos criticou “o crescente processo de criminalização do direito de protesto no Brasil” e pediu um pronunciamento do Conselho e do Alto Comissariado para Direitos Humanos contra a postura do país.

Segundo a organização, a violência da polícia fez várias vítimas desde o início de setembro, entre elas a jovem Deborah Fabri, de 19 anos, que perdeu a visão do olho esquerdo por conta de um estilhaço de bomba.

A entidade também ressaltou a prisão ilegal de 26 pessoas – entre elas, oito adolescentes – poucas horas antes do protesto realizado no dia 4/9 e o envolvimento, nessa operação, de um agente infiltrado do exército. “Essa prática remete às épocas mais obscuras da história da nossa região. A sociedade e a comunidade internacional devem reagir condenando o fato com veemência”, afirmou.
 
Clique aqui para ler a íntegra do pronunciamento.

O governo brasileiro solicitou direito de resposta e afirmou que os incidentes estão sendo investigados pelas autoridades competentes. Declarou, ainda, que o país defende o Estado Democrático de Direito e reconhece o direito de reunião pacífica e a liberdade de expressão.
 
Campanha brasileira

A denúncia contra o Brasil acontece em meio à campanha do governo para garantir a eleição do país para o Conselho de Direitos Humanos – que é o principal órgão de monitoramento e de denúncias de violações em âmbito global.

A votação acontece no início de outubro, durante a reunião da Assembleia Geral, em Nova York. O Brasil disputa com Cuba e Guatemala uma das duas vagas para três candidaturas do bloco conhecido como Grulac (Grupo de Países da América Latina e do Caribe). O mandato é de três anos, renovável por outros três.