Quinta, 8 de setembro de 2016
Do Sindicato dos Jornalistas DF
Causou grande revolta no meio jornalístico o acumulado de agressões
sofridas pelos repórteres nos últimos dias. A violência veio para os
jornalistas pelas mãos dos manifestantes pró-Dilma Rousseff, da
segurança da Presidência da República, de participantes do ato Fora
Temer e da Polícia Militar do DF. Reforçamos nosso repúdio às agressões
aos jornalistas no exercício de sua função, tanto por parte de Forças de
Segurança como por manifestantes, infelizmente recorrentes.
Segue o relato dos casos:
No dia 31 de agosto, o repórter da TV Record Luiz Fara Monteiro foi
encurralado por apoiadores do governo da ex-presidente Dilma Rousseff na
porta do Palácio da Alvorada. Os manifestantes jogaram terra e pedras
em Fara.
Também no dia 31 de agosto, o repórter-fotográfico Augusto Dauster
Pontual relatou ter apanhando de cassetete e ter sido coagido pela
Polícia Militar do DF a deixar a cobertura de evento jornalístico
durante manifestação "Fora Temer" na Rodoviária do Plano Piloto.
No dia 06 de setembro, os fotojornalistas Orlando Brito e Fernando
Bizerra Jr. sofreram agressão por parte da Segurança da Presidência da
República enquanto cobriam a saída do ex-presidente Dilma Rousseff do
Palácio da Alvorada. Brito foi empurrado e socado por agente da
segurança e Bizerra foi atingido com bastão de choque (no estilo taser)
também por agentes que faziam o controle da área. Era um evento de
despedida de Rousseff com manifestantes e a ação da segurança da
Presidência da República foi específica para impedir os jornalistas de
cobrir o evento.
No dia 07 de setembro, os repórteres do UOL Kleyton Amorim e Leandro
Prazeres foram agredidos por manifestantes durante o Grito dos
Excluídos que tentaram impedir a reportagem de entrevistar um
manifestante contrário àquela passeata. Os jornalistas foram agredidos
covardemente pelas costas com garrafas e chutes.
Esta carta pública de repúdio às agressões reforça o posicionamento
do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF em combater a
violência contra jornalistas no exercício de seu trabalho. Este
documento será protocolado na Secretária de Segurança Pública do DF, na
Secretaria de Comunicação do DF e na Secretaria de Comunicação da
Presidência da República para que as autoridades tenham ciência da
precariedade da segurança dos repórteres durante o exercício de sua
profissão.
Exigimos ação para punir os culpados e uma política pública para
garantir que os jornalistas desempenhem seu papel social sem o risco a
sua integridade física.
Diretoria do Sindicato dos Jornalistas do DF