Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 2 de outubro de 2016

Chegou a hora da greve geral! CUT indica data entre 8 e 10 de novembro

Domingo, 2 de outubro de 2016
Por Julio Turra, Diretor Executivo da CUT nacional

Reunida em 26 de setembro, no Sindicato dos Químicos em São Paulo, ampliada com a presença de representantes de CUTs estaduais e ramos, a Executiva nacional da CUT fez o balanço do “esquenta da greve geral” de 22 de setembro e apontou a data indicativa para uma greve geral de 24 horas entre 8 e 10 de novembro próximo.

A mobilização do dia 22 foi considerada positiva a partir dos relatos e informações chegadas dos estados, reforçando a preparação da greve geral por “Nenhum direito a menos”.


No balanço apareceu que a participação de centrais como Força Sindical, UGT e Nova Central nas paralisações do dia 22 foi praticamente nula, tendo se limitado à ida de dirigentes em manifestações(como a realizada diante da FIESP na capital paulista, pela manhã).

Entretanto a base cutista se mobilizou em todo o país, destacando-se a paralisação nacional comandada pela CNTE (Educação) e o aprofundamento da greve nacional dos bancários. A necessidade da greve geral para barrar os ataques anunciados, ou já em curso, por parte do governo golpista de Temer,ganhou respaldo nas bases de inúmeros categorias. 

A confusão criada pela CSP-Conlutas, a partir da adoção do 29 de setembro como “Dia nacional de paralisação dos metalúrgicos” por sindicatos filiados a distintas centrais, que passou a agitar a greve geral para essa data ou opô-la à mobilização do dia 22,atrapalhou em alguns setores mas não comprometeu o “esquenta”.

O próprio dia 29, mesmo com menos impacto que o 22, acabou também contribuindo para a e mobilização “rumo à greve geral”.

Concentração em Brasília no 5 de outubro

O próximo passo é o “Dia Nacional de Luta contra o Desmonte do Estado Brasileiro”, em 5 de outubro, numa semana de tramitação da PEC 241 que estabelece teto de gastos para o setor público por 20 anos, considerada prioritária pelo governo golpista.

A PEC 241 não atinge apenas os salários (que ficariam congelados) e direitos dos servidores, mas o conjunto da classe trabalhadora e do povo, pois trata-se de uma “reforma” regressiva do Estado que aponta para o desmanche de todas as políticas públicas, o fim da valorização do salário mínimo e o sucateamento da Educação, Saúde e Previdência públicas, abrindo espaço para a privatização do que deve ser “dever do Estado, direito do cidadão”.

Desde o dia 3 de outubro estará em pauta a votação na Câmara do projeto que retira a exclusividade da Petrobras na exploração do Pré-sal, para entregar essa riqueza do povo brasileiro à rapina das multinacionais. Todos os ramos da CUT estão chamados a enviar delegações a Brasília nesta primeira semana de outubro e paralisações devem ocorrer nos Estados, em particular dos servidores públicos.

Greve geral prá valer!
Uma decisão importante da Executiva da CUT foi a de promover em 7 de outubro uma reunião das entidades sindicais do ramo de transportes, convidando inclusive não filiadas à CUT, para discutir a sua participação ativa na greve geral. Após essa reunião, deve ser concretizada a data da greve geral de 24 horas do início de novembro.

A CUT vai insistir junto às demais centrais na unidade de ação para a greve geral de novembro sobre a base do “Nenhum direito a menos” – que integra as exigências de retirada das propostas de flexibilização trabalhista (“negociado sobre legislado”), da “reforma da Previdência” e agora da MP de “reforma do Ensino Médio” – preservando sua autonomia em apontar a origem desses ataques (o governo Temer) e de agitar suas propostas de defesa da democracia e da soberania nacional.

Neste sentido, foram reafirmados os eixos adotados pela reunião anterior da Executiva ampliada da CUT (Brasília, 14 de setembro): “Nenhum direito a menos/Preparar a greve geral; Fora Temer/ Diretas já com Constituinte do sistema político”.

Todos os sindicatos cutistas estão chamados a realizar assembleias nas próximas semanas paradeliberar pela participação na greve geral e os ramos a assumir lugar central no reforço da  mobilização geral da classe trabalhadora, detalhando os impactos dos ataques dos golpistas em cada setor. É preciso também  intensificar a propaganda e agitação da CUT com materiais didáticos que explicam esses ataques aos trabalhadores.

Agora é arregaçar as mangas nas próximas semanas para garantir uma greve geral prá valer no início de novembro.