Segunda, 31 de outubro de 2016
Do Jornal de Brasília
Eric Zambon
eric.zambon@jornaldebrasilia.com.br
O SindSaúde convocou membros da CPI para apurar o sumiço de um
tomógrafo no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). De acordo com o
sindicato, o aparelho estava em pleno funcionamento quando foi
substituído sem motivo por um novo. Durante a visita, o grupo percorreu
outras alas da unidade e constatou diversos problemas e a precariedade
nas condições de atendimento.
O tomógrafo que motivou a ida foi encontrado em uma sala do
ambulatório. Conforme a denúncia inicial, ele teria sido deixado em um
depósito, mas teve de ser devolvido por falta de pagamento do aluguel. O
aparelho, então, teria sido lacrado e escondido na sala.
O grupo seguiu pelo ambulatório e conversou com servidores, que
reclamaram das condições de trabalho. Na ala de exames oftalmológicos,
por exemplo, o deputado Wellington Luiz calculou que quase seis mil
pessoas deixaram de ser atendidas nos últimos dois meses devido à falta
de manutenção nos aparelhos. Segundo a técnica do local, ainda existe o
problema da falta de ar-condicionado em algumas salas, o que obriga os
profissionais a receber pacientes de portas abertas.
“Muitos outros equipamentos estão em desuso há muito tempo mesmo com
manutenção de baixo custo”, criticou o presidente da CPI, que levantou a
bola para discussão sobre o impeachment de Rodrigo Rollemberg. “Vamos
fazer um relatório, convocar algumas pessoas para que respondam pelo
caos que vimos aqui. Existem vários instrumento, inclusive (podemos
acusá-lo) de improbidade administrativa.”
Na sala de eletrocardiograma, que avalia o coração e é pré-requisito
para que pacientes estejam aptos a vários tipos de cirurgia, a servidora
Maria das Graças se revoltou. Ela relatou falta de papeis para concluir
os exames e afirmou já ter pegado o próprio carro para conseguir o
material em outras unidades de saúde.
“Estou cansada de reclamar. A direção até me ouve e fala com a
Secretaria, mas fica tudo na mesma”, criticou a funcionária. A mulher
ainda denunciou que outros hospitais e Unidades de Pronto Atendimento
(UPA) muitas vezes se recusam a ceder materiais, mesmo tendo de sobra.