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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Parentes do governador do Tocantins são alvo de operação da PF

Segunda, 28 de novembro de 2016


Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil

A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Tocantins deflagrou hoje (28) uma operação para apurar um suposto esquema criminoso contra a administração pública no estado. A PF diz que já tem indícios de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200 milhões e que parte do dinheiro foi regularizada através da ocultação em meio ao patrimônio de parentes do governador Marcelo Miranda, investigados na chamada Operação Rei do Gado.


A investigação apontou fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de parentes e de pessoas de confiança de Miranda. Segundo a PF, o dinheiro era ocultado por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre as quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Os investigadores sustentam que parte do valor foi destinada à formação de caixa 2 para campanhas feitas no Estado.

As quantias envolvidas em algumas das transações financeiras chamaram a atenção das autoridades. Em um dos casos foi identificado um contrato de compra de gado cujo valor envolvido, segundo a perícia, seria suficiente para a compra de um rebanho que não caberia sequer dentro da propriedade. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores de Gados de Papel. As autoridades também investigam um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) expediu oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína, no Tocantins, em Goiânia, Brasília, Caraguatatuba (SP), e Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia, no Pará. Confirmadas as suspeitas, os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes em licitação e organização criminosa.

O nome da operação, Rei do Gado, foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará, e do fato de o gado ser a destinação de grande parte do dinheiro desviado, operação em que se operava verdadeira lavagem de dinheiro.

Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo de Tocantins, mas ainda não recebeu nenhuma informação.

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PF investiga lavagem de dinheiro em verbas públicas no estado do Tocantins


Fonte: DPF
28/11/2016
PF investiga lavagem de dinheiro em verbas públicas no estado do Tocantins
Palmas/TO - A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (28), a Operação Reis do Gado, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava no Estado do Tocantins praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado. Foi apurado que o grupo movimentou mais de R$ 200 milhões em lavagem de dinheiro. 

Participam da operação cerca de 280 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 108 mandados judiciais expedidos pelo STJ sendo, 8 mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína no Tocantins, Goiânia/GO, Brasília/DF, Caraguatatuba/SP Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia/PA. 

A investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. As autoridades identificaram, até o momento, um montante de mais de 200 milhões de reais efetivamente lavados. 

A ocultação do dinheiro desviado ilicitamente era feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado. 

Chamou atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo que, pela sua desproporcionalidade, denotam claramente a intenção de dissimular as vultosas movimentações ilícitas do grupo. Em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”. 

Em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato. 

Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa. 

Haverá entrevista coletiva, às 10h, na sede da PF em Palmas/TO (Av. Joaquim Teotônio Segurado, qd. 302 Norte, conj. 1, lt. 2).

Link para coletiva:
http://youtu.be/P94tDFnLRTY

O nome da operação “Reis do gado” foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro. 

Comunicação Social da Polícia Federal no Tocantins 

Contato: (63) 3236-5400/ (61) 9919-6635 


Mandados Judiciais 

Brasília – 1 mandado de busca e apreensão 
Canaã dos Carajás – 2 mandados de busca e apreensão 
Caraguatatuba/SP – 1 mandado de busca e apreensão - 1 mandado de prisão temporária 
Redenção/PA – 4 mandados de busca e apreensão – 3 conduções coercitivas 
Santa Maria/PA – 1 mandado de busca e apreensão 
São Felix do Xingu/PA – 6 mandados de busca e apreensão, 2 conduções coercitivas 
São Paulo – 1 mandado de busca e apreensão 
Sapucaia/PA – 2 mandados de busca e apreensão 
Araguaína/TO – 1 mandado de prisão temporária, 10 mandados de busca e apreensão e 2 conduções coercitivas 
Palmas/TO – 4 mandados de prisão temporária, 22 mandados de busca e apreensão , 9 conduções coercitivas 
Goiania/GO – 3 mandados de prisão temporária, 27 mandados de busca e apreensão, 7 conduções coercitiva
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