Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O Opous Dei, herança maldita do ditador Franco, poderá herdar a cadeira de Zavascki no STF

Quarta, 25 de janeiro de 2017
"A mulher deve obedecer ao marido assim como os filhos devem obedecer aos pais. A legalização do divórcio aumentou o número de filhos desajustados. A união entre pessoas do mesmo sexo é tão imprópria quanto o casamento de um homem com um cavalo."

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Um dos principais candidatos à cadeira de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal é Ives Gandra Martins, o mais conhecido expoente do Opus Dei no Brasil. 

Como tal, participou em 2006 da campanha presidencial de Geraldo Alckmin, notório membro de tal sociedade ultra-arqui-super-mega-reacionária de fundamentalistas católicos, que se tornou influente primeiramente na Espanha, onde teve participação marcante no governo do ditador Francisco Franco.

Tem mais: é devido à enorme influência exercida pelo Opus Dei sobre a grande imprensa que Gandra aparece tanto na mídia, abordando grandes temas nacionais e posando de eminente jurista. No próprio meio jurídico, entretanto, ele está muito longe de ser uma unanimidade como o Dalmo de Abreu Dallari, p. ex. Embasbaca os leigos, mas não os iguais. 


Trata-se, na verdade, de um dos principais advogados tributaristas do País. Sua expertise é no mister de apontar aos ricaços os melhores caminhos para pagarem menos impostos e defendê-los quando acusados de sonegação. 

Mas, se na década de 1990 ele só ousava dar entrevistas e escrever artigos sobre assuntos fiscais, passou neste século a deitar falação sobre muitos temas em evidência, sempre travando o mau combate: expressa as posições de uma direita tão iníqua quanto embolorada. Depois que o prestígio da Tradição, Família & Propriedade minguou, Gandra se tornou o mais proeminente porta-voz do conservadorismo brasileiro. 

Não é um novo bárbaro, como Donald Trump. É um cidadão que mentalmente continua vivendo na idade das trevas, tanto que até escreveu um livro sobre O senhor dos anéis, uma saga de óbvia inspiração medieval. Trata-se de uma fantasia coerente com a impressão que Gandra transmite, de alguém que nos quer levar de volta para os velhos e bons tempos do Torquemada. Uma espécie de Cezar Peluso muitas vezes piorado.

Eis o alerta que o bom jornalista Bernardo Mello Franco lançou a seu respeito, na Folha de S. Paulo desta 4ª feira (25):