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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Servidores denunciam desmonte de hospital entregue para OS

Quinta, 2 de fevereiro de 2017
Do Ataque aos Cofres Públicos

Trabalhadores dizem que hospital entregue para Pró-Saúde voltou a ficar superlotado. Equipes de profissionais altamente experientes foram substituídas por funcionários terceirizados mal remunerados e pouco capacitados.

Fonte: Sindsaúde-ES

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde-ES) está denunciando o desmonte do Hospital São Lucas, que foi reinaugurado em dezembro de 2016 – com o nome de Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Heue) – e entregue para a administração de uma Organização Social (OS).


Os servidores dizem que o serviço na nova estrutura do hospital já piorou, com a volta dos corredores lotados e atendimento precário para a população. A diferença é que agora uma empresa, a OS Pró-Saúde, lucra com o caos entre paredes novas.

Para mostrar que a terceirização não solucionou os problemas do serviço no âmbito da rede estadual – pelo contrário, piorou – o Sindsaúde-ES realizou uma manifestação na última segunda-feira (30).

Durante o protesto, os servidores distribuíram panfletos para a população, alertando para o desmonte do hospital que já apresenta superlotação.

Conforme explicam os sindicalistas, até dezembro de 2016, o São Lucas funcionou em uma estrutura provisória no Hospital da Polícia Militar (HPM). Os servidores ficaram segregados por anos em um espaço insalubre, convivendo diariamente com corredores lotados, e em condições de trabalho e atendimento subumanas, com a presença constante de insetos e roedores.

“No momento em que o governo entregou o novo São Lucas, a ideia dos servidores era que o governo entregaria o hospital de volta à sociedade, mas a administração do equipamento foi entregue à organização social Pró-Saúde, com corpo funcional é inteiramente terceirizado”, divulga a entidade sindical.

Os servidores do antigo São Lucas exigem que o governo honre a palavra e devolva para a sociedade e para os profissionais o prédio reformado. Eles continuarão pressionando para que o Governo do Estado não fuja à sua responsabilidade de administrar a unidade, que é estadual e tem atuação regional.

“O atual Governo realizou um desmonte do Hospital São Lucas, que agora, além de mudar de nome, não tem mais os mesmos profissionais em seu quadro de funcionários. No lugar de servidores experientes e a serviço da saúde pública estão terceirizados de uma empresa que visa o lucro! Ou seja, a equipe médica original foi desmontada! A população perdeu o melhor serviço de urgência do Estado!

O Governo de Paulo Hartung contratou uma Organização Social para assumir o novo prédio no Forte São João. Na teoria, é uma organização que não visa lucros. Na prática, tem a lógica da iniciativa privada, pagando péssimos salários e fazendo economia até em medicamentos, colocando em risco a vida dos capixabas por ganância. Com novo CNPJ e gerido por uma empresa privada travestida de Organização Social, a unidade é um novo hospital!”, denuncia o sindicato.

Para os trabalhadores da rede estadual de saúde, o Governo entrega um hospital bonito, mas que não funciona. “São novos servidores terceirizados, mal remunerados, com serviço regido pela lógica do lucro! Enquanto isso, o verdadeiro corpo clínico do original São Lucas é desmantelado!”.