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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 27 de março de 2017

A face oculta do instituto que Rollemberg quer impor ao HBDF

Segunda, 27 de março de 2017
Do SindSaúde—DF
A face oculta do instituto

A FACE OCULTA DO INSTITUTO

Caos na saúde do DF não é caso de OSs e muito menos de institutos, é caso de polícia

O projeto que autoriza o GDF criar o Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), para administrar a maior unidade da rede já começa a demonstrar as suas faces imorais. E não estamos falando apenas de terceirização.

O SindSaude teve acesso a áudios exclusivos do secretário de saúde, Humberto Fonseca, que comprovam mais uma articulação de desmonte ao serviço público presente nessa proposta.


A “nova gestão” promete melhorar a qualidade do serviço e facilitar o modelo de compra de materiais. Mas o que fica claro nos áudios são as tentativas de liberta-se das amarras impostas pela Lei de Licitações (8.666) e pelas regras de contratação de servidores públicos.

“Isso é um aliciamento à categoria. O governo quer induzir os servidores, principalmente a área especializada, a engordarem as suas contas bancárias ao irem para um novo modelo de gestão. Entretanto, técnicos de enfermagem e do administrativo ficam de fora desse novo modelo, uma vez, que é muito mais interessante contratar profissionais da área com menores salários e ainda utilizar o instituto para efetivar o famoso cabide de emprego. É um chamamento para desmoralizar e precarizar o que temos de modelo público”, denunciou Marli Rodrigues.

A presidente do SindSaúde refuta ainda a comparação com o hospital Sarah. Segundo Marli, a categoria considera que o instituto é uma Organização Social (OS) “disfarçada”. Ela acredita que o instituto vai burlar a lei de licitações “para o governo comprar o que ele quer do jeito que quiser.

O sindicato relembra ainda que o modelo da Rede Sarah, citado para convencer os deputados distritais, é próprio e totalmente diferente do Hospital de Base, pois atende a um segmento especializado e não tem serviços de emergência nem pronto-atendimento.

“A Rede Sarah é modelo seletivo. O povo não tem acesso a esse atendimento. O que querem fazer é montar mais um hospital para atender a clientela deles, como já acontece no Sarah, onde maioria dos pacientes são artistas, personalidades e políticos. Vão usar o nosso patrimônio para atender as demandas deles”, salientou Marli.

A partir da criação do instituto, os novos trabalhadores serão contratados por um processo seletivo temporário, em regime celetista. Segundo o secretário de Saúde, as futuras contratações estariam, também, livres dos limites da Lei de Responsabilida de Fiscal (LRF), que restringem a realização de concursos públicos.

“Como ficam os nossos jovens que gastam o último que tem estudando para concursos públicos e que estão na fila de espera há anos. Isso, é uma vergonha! Lembrou Marli Rodrigues.

A medida é considerada prioridade na gestão do socialista, uma vez, que a mesma ainda pode ser utilizada como moeda de troca política com alguns parlamentares. Se der certo, poderá ser ainda expandida para outras unidades da saúde do DF.

Durante essa semana, o SindSaúde irá divulgar mais áudios exclusivos que provam a tentativa do governo de desqualificar o serviço público progressivamente, com a justificativa de criar parcerias com formatos perigosos. Acompanhe!