Quarta, 15 de março de 2017
Do Congresso em Foco
“Há contratos em que não se sabe o que houve, quem fez o empréstimo”, diz Roberto Kupski, presidente da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, entidade parceira do Diálogos Congresso em Foco
O governo Michel Temer promove uma série de medidas de ajuste das contas públicas, com o impacto principalmente lançado sobre o contribuinte, sem explicar por que não cobra centenas de bilhões em dívidas com a União. Ao contrário, concede anista também bilionária para o setor das telecomunicações e, como se as contas estivessem equilibradas, não realiza a auditoria da dívida pública, uma “caixa preta” que esconde irregularidades e cuja análise eventual está prevista na Constituição desde 1988. Trata-se de uma contradição absurda, diz Roberto Kupski, presidente da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite). A entidade é uma das parceiras do Diálogos Congresso em Foco 2, fórum de debates sobre os rumos do país a ser realizado neste mês de março, em Brasília.
Para Roberto Kupski, a realização da auditoria está muita atrasada e se faz cada vez mais inevitável. “Há contratos em que não se sabe o que houve, o que foi feito, quem fez o empréstimo, e se aqueles valores e correções eram devidos mesmo. Acho que, até por uma questão de soberania nacional, nós devemos fazer [a auditoria]”, diz o dirigente nesta entrevista ao Congresso em Foco (leia íntegra abaixo).
Para o auditor-fiscal da Receita no Rio Grande do Sul, à frente da Febrafite no biênio 2016-2018, o levantamento não é realizado por influência do mercado financeiro, “que hoje tem uma força muito grande neste país”. Além disso, admite Roberto Kupski, deve haver muito a ser escondido na caixa preta da dívida pública. “Se nós formos a fundo vamos encontrar muitas irregularidades, que é o resto da sociedade brasileira que tem que pagar, por meio de seus tributos. Tanto é que quase a metade do orçamento, em termos de dívida pública brasileira, é voltada para pagamento dos encargos e da dívida. Acho que a sociedade não tem que arcar com isso”, observa, com críticas à atuação do Congresso.
Leia a íntegra no Congresso em Foco