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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 21 de março de 2017

Médicos desmascaram OS Pró-Saúde e denunciam UPAs terceirizadas e sucateadas; é essa coisa que você quer, Rollemberg?

Terça, 21 de março de 2017
Segundo os médicos, a alimentação oferecida aos pacientes das UPAs é ruim. O cardápio não passa de arroz, ovo e a “metade” de um hambúrguer, enquanto a sopa consiste em macarrão e água.

OS deve à empresa quarteirizada e profissionais sofrem com salários atrasados e falta de condições de trabalho.

Fontes:
Site Ataque aos Cofres Públicos
Jornal de Uberaba 


De acordo com as declarações de médicos que atuam em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) terceirizadas em Uberaba (MG), a Organização Social Pró-Saúde [Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar], gestora das unidades, está deixando o serviço cada dia mais precário e sucateado.

Eles aproveitaram o encontro com um vereador da cidade, no último dia 16, para relatar os absurdos que ocorrem nas UPAs. Para Kaká Carneiro (PR), os profissionais contratados pela OS e que atuam nas UPAs de São Benedito e Mirante reclamaram da falta dos salários, pagos sempre com atrasos. Também falaram sobre a falta de insumos básicos e de medicamos essenciais, como equipamentos, antibiótico e até soro.

Segundo os médicos, a alimentação oferecida aos pacientes das UPAs é ruim. O cardápio não passa de arroz, ovo e a “metade” de um hambúrguer, enquanto a sopa consiste em macarrão e água.

Os médicos fizeram uma paralisação e alegam que há dois anos vivem na incerteza se conseguirão receber seus pagamentos.

Repasses da Prefeitura estão em dia

A categoria fez questão de frisar ao parlamentar que a desculpa da crise de arrecadação que vivem os municípios do Brasil não cabe como desculpa para o cenário desolador das UPAs de Uberaba.

Isso porque a Pró-Saúde estaria recebendo os repasses do Município em dia. No entanto, a OS está em atraso com a empresa que contratou (portanto quarteirizada) para gerenciar a contratação de pessoal.

Segundo o grupo de médicos, essa empresa que recebe R$ 450 mil/mês está sendo substituída por outra, que irá receber R$ 306 mil. Claro que os efeitos são sentidos na ponta e podem prejudicar ainda mais o atendimento em função de cortes de pessoal que já estão acontecendo.

Segundo os profissionais, a OS já cortou 50% do número de médicos, sobrecarregando as equipes que prestam atendimento. O número de profissionais insuficiente diante da demanda de pacientes acendeu um alerta. Somente no ano passado, foram 700 óbitos registrados nas duas UPAS em Uberaba. Muitos, segundo os médicos, poderiam ter sido revertidos, mas ocorreram em razão das dificuldades encontradas pelos profissionais, que atuam sobrecarregados e sem condições de trabalho adequadas.

Fim do contrato

Os médicos pedem o apoio dos vereadores no sentido de convencer a Prefeitura a romper o contrato com a OS.  Conforme noticiou o Jornal de Uberaba, o vereador se posicionou contra o atual modelo de gestão e declarou: “Para mim é preciso mudar a gestão, já que a Pró-Saúde já demonstrou não ter competência para a função”.

OS nega denúncias

A Pró-Saúde nega as denúncias dos profissionais. Diz que não faltam materiais e insumos, que a alimentação fornecida segue os padrões nutricionais adequados e que as equipes médicas estão em número suficiente.

Em Cubatão a Pró-Saúde tem péssimo histórico por conta dos anos que gerenciou o Hospital Municipal. A OS rompeu o contrato unilateralmente, alegando que a Prefeitura não repassava a verba integral. Por sua vez, o Executivo apontava que a prestação de contas da entidade não estava em dia. Hoje o hospital está fechado depois de uma outra OS ser contratada de forma emergencial.


Com a AHBB no comando o valor do contrato foi reduzido. A nova OS assumiu de forma permanente o hospital após novo processo de escolha. Mas devido a atrasos nos repasses e também problemas na gestão do dinheiro detectados pelo Executivo, um novo impasse foi instalado. Funcionários ficaram sem salários por meses. O Hospital ficou sem atendimento e o contrato foi rescindido pela Prefeitura, que lamentavelmente segue apostando no irresponsável modelo de gestão via OSs para reabrir futuramente o equipamento.