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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de março de 2017

Rodrigo Janot defende reforma política e fim do caixa dois para combater corrupção; também rebateu críticas ao MP e disse que mérito da Lava Jato foi revelar corrupção política de altíssima lesividade social existente no Brasil

Quarta, 22 de março de 2017
"é mentiroso e irresponsável afirmar que a PGR teria realizado coletiva para “vazar” nomes da investigação relacionada ao acordo firmado com a Odebrecht. Para ele, tal ideia seria fruto de “mentes ociosas e dadas a devaneios”, com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional." Não citou nominalmente Gilmar Mendes, do STF, mas foi uma resposta, sim, ao ministro.

Do MPF

PGR defende reforma política e fim do caixa dois para combater corrupção
Foto: Leonardo Prado/Secom/PG

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu, nesta quarta-feira, 22 de março, a necessidade de combater firmemente o caixa dois e promover uma urgente reforma política no Brasil. “Nosso sistema político-partidário foi conspurcado e precisa urgentemente de reformas”, destacou, ao encerrar a Reunião de Avaliação das Eleições 2016, realizada na Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), em Brasília. O evento foi promovido pela Procuradoria-Geral Eleitoral, por meio do Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe).

Ao fazer um balanço dos três anos da Lava Jato, Janot destacou que o mérito da operação foi ter encontrado o veio principal da corrupção política, que “é de altíssima lesividade social”, pois frauda a democracia representativa e movimenta bilhões de reais na clandestinidade. Para ele, é necessário abrir espaço para a renovação no Brasil o quanto antes, “pois a política não pode continuar a ser uma custosa atividade de risco propícia para aventureiros sem escrúpulos”.

Segundo Janot, para quebrar o ciclo vicioso em que se encontra o país, é preciso intensificar a fiscalização sobre o financiamento de campanhas, combater firmemente o caixa dois e responsabilizar quem não respeita o jogo democrático e abusa do poder econômico e político para vencer ilegitimamente as eleições. Nesse sentido, segundo ele, o Ministério Público é fundamental para melhorar a qualidade da política no Brasil. “Devemos dar combate, sem tréguas, ao crime, à corrupção e às tentativas de fraudar-se a lisura do processo eleitoral”, destacou.


Críticas – Em seu discurso, Janot rebateu as críticas por ele classificadas de severas e injustas que o Ministério Público vem recebendo de quem teve interesses contrariados pelas ações da instituição. Ele fez questão de frisar que o MP exerce suas funções dentro da mais absoluta legalidade. “Tenho afirmado reiteradamente que o Ministério Público não engana a ninguém e não costuma vender ilusões ou fantasias”, afirmou.


Segundo Janot, é mentiroso e irresponsável afirmar que a PGR teria realizado coletiva para “vazar” nomes da investigação relacionada ao acordo firmado com a Odebrecht. Para ele, tal ideia seria fruto de “mentes ociosas e dadas a devaneios”, com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional. 

“Procuramos nos distanciar dos banquetes palacianos. Fugimos dos círculos de comensais que cortejam desavergonhadamente o poder político. E repudiamos a relação promíscua com a imprensa”, concluiu o PGR.

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