Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 13 de março de 2017

Urbanismo: A falta que faz Aparecido

Segunda, 13 de março de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Aparecido e Niemeyer inspecionam as obras de conclusão da Catedral. Foto do acervo pessoal de Silvestre Gorgulho


As ideias de Aparecido provocaram forças oposicionistas.  Em setembro de 1988, foi substituído por Joaquim Roriz, o que aconteceu depois no DF não carece de detalhamento.
Por Chico Sant’Anna
Já se passaram dez anos, desde o falecimento de José Aparecido de Oliveira, primeiro governador do Distrito Federal – após uma interinidade de 30 dias de Ronaldo Costa Couto – após décadas de Ditadura Militar. Nomeado em maio de 1985, Aparecido é referencial da transição entre a Brasília que se consolidava e a Brasília que já devia se preocupar em preservar seus espaços, sua proposta urbana e seu meio-ambiente.
Como poucos governantes, soube vislumbrar que se não houvesse mudança de rumos, a Capital Federal, projetada por Lúcio Costa, logo iria perder seus diferenciais e tornar-se-ia uma metrópole como qualquer outra. O momento era de abertura política e de transição de governadores biônicos para eleitos. Guy de Almeida, então chefe da casa civil – que na época tinha funções de vice-governador -, relembra que Lucio Costa, em entrevista ao Jornal do Brasil, defendia governador escolhido pelo Governo Federal. “O governador é eleito, aí é aquela enxurrada de interesseiros que, depois de eleitos, começam a facilitar a vida dos amigos”.
O tombamento é feito histórico. Nunca uma cidade fora tombada pela Unesco no mesmo século de sua criação. Assim ele agiu e conseguiu frear especulação imobiliária, afoita por cada centímetro quadrado do Plano Piloto.Para proteger Brasília dos interesses politiqueiros, Aparecido idealizou o tombamento, relata Guy, em um dos capítulos do livro, José Aparecido de Oliveira – O Melhor Mineiro do Mundo, organizado pelo jornalista Petrônio Souza Gonçalves e com lançamento marcado para 20/3. “Enquanto a tese da autonomia política ganhava fôlego, (Aparecido) buscava (via tombamento da Unesco) assegurar não apenas no plano nacional, mas também no mais alto nível institucional internacional, a preservação do projeto do Plano Piloto, liberando-o de riscos derivados da autonomia política. Buscava principalmente a prevenção internacional contra eventuais tentativas de alterações no projeto urbano e arquitetônico original da capital.”
Leia a íntegra no Blog Brasília, por Chico Sant'Anna