Quarta, 8 de março de 2017
Paula Laboissière - da Agência Brasil*
Para
prevenir casos de violência contra a mulher e reverter as estatísticas é
preciso, primeiramente, reconhecer o ato como algo não natural e que
não deve ser aceito. A avaliação é da representante da ONU Mulheres
Brasil, médica Nadine Gasman. “No país, a Lei Maria da Penha tem trazido
essa ideia para a população, que sabe que bater, xingar e matar
mulheres é um crime”, disse.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília,
ela destacou a importância de se trabalhar o tema nas escolas, numa
tentativa de promover a igualdade entre meninos e meninas, além de ações
contundentes nos lares e na mídia. “Temos que ter uma rede de
atendimento para todas as modalidades de casos de violência contra as
mulheres, para que os crimes não fiquem sem punição e para que os
agressores sejam levados à Justiça.”
Avanços
Para Nadine, o Brasil avançou
bastante no combate à violência contra mulheres, não apenas por meio da
Lei Maria da Penha, que trata da prevenção, do atendimento e da sanção,
sobretudo da violência doméstica, mas também por meio da Lei do
Feminicídio, que pune especificamente o assassinato de mulheres. “São
duas leis muito importantes, que se complementam, porque olham todas as
formas de violência contra as mulheres, tanto no âmbito público como no
privado;”
Nadine elogiou ainda iniciativas como o Programa
Mulher: Viver sem Violência, Casas da Mulher Brasileira e o Disque 180,
ferramenta de comunicação que considera de suma importância entre as
próprias mulheres e também entre pessoas que testemunham atos de
violência contra as mulheres.
“É muito importante falar sobre
isso no Dia Internacional da Mulher, porque a gente está empenhado no
desenvolvimento de uma Agenda 2030, com objetivos de desenvolvimento
sustentável que requerem ações muito fortes e definitivas em torno da
erradicação da violência contra as mulheres”, concluiu.
Nadine
Gasman é médica, tem nacionalidades mexicana e francesa e mestrado em
saúde pública pela Universidade de Harvard e doutorado em gerenciamento e
políticas da saúde pela Universidade John Hopkins.
*Com informações da ONU Mulheres Brasil
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