Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 23 de abril de 2017

Arborecídio em logradouros públicos do Gama-DF

Domingo, 23 de abril de 2017
Matança na Praça do Cine Itapuã

Por Vicente Vecci*

Sites e blogs das redes sociais baseados no Gama tem noticiado com fotos, diversos crimes ambientais que tem acontecido ultimamente nos logradouros públicos dessa cidade satélite do DF, atingindo áreas da Quadra 46  do Setor Central, Espaço  em frente à Quadra 2 do Setor Sul e  praça do Cine Itapoã (foto). Nesses locais foram desmatadas árvores  antigas como a espécie  Guapuruvú, árvore símbolo do estado de Sta Catarina, ipês que simbolizam  as árvores brasileiras, pau-ferro (conhecido como jucá), Jamelão, angico, pata de vaca,  entre outras.

Essas derrubadas  vem tipificar crime ambiental contra a nossa flora, conforme  reza a Lei Federal 9.605/98 artigo 49, regulamentada pelo decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, que é bem claro: É crime  destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou  em propriedade privada alheia.

Já o artigo 225 da Constituição da  República  Federativa do Brasil, dá respaldo de proteção ao meio ambiente, incluindo essas áreas, e diz: 

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Daí então é público e notório que a matança dessas árvores   sob pretexto de benfeitorias públicas não essenciais, implementadas pelo GDF, agride  nossa comunidade e o meio ambiente.
 Matança na área verde da Quadra 46 do Setor Central do Gama
O Gama foi projetado  pelo renomado arquiteto Paulo Hungria e sua arquitetura tem forma de um alvéolo de colmeia.Tem distâncias encurtadas e suas quadras residenciais e comerciais são harmonizadas com áreas verdes e espaço de circulação.

Agora, quando se elimina árvores, elimina-se também à geração de oxigênio.

Quando  retira-se vegetação e impõe concreto, impermeabiliza-se o solo, vedando à infiltração das águas pluviais provenientes da chuvas que deixam de suprir o lençol freático, prejudicando nascentes.

Com a palavra o MPDFT  através da PRODEMA- Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, ou teremos que abraçar essas árvores para não serem mortas.

*Vicente Vecci edita em Brasília-DF há 33 anos o Jornal do Síndico-www.jornaldosindicobsb.com.br e-mail sindico@jornaldosindicobsb.com.br
É  titular da unidade da Geoambiente para o DF e Região Metropolitana e da ONG Defesa Ambiental.

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