Sexta, 28 de abril de 2017
Marli Moreira - da Agência Brasil
As duas maiores entidades sindicais do país – Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e Força Sindical – avaliam como exitosas as
manifestações e paralisações de várias categorias de trabalhadores em
todo o país em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência
Social.
Em várias cidades do país,
trabalhadores pararam atendendo à convocação de greve geral feita pelas
centrais. Em alguns casos, houve bloqueio de vias e rodovias e
confronto entre policiais e manifestantes.
Na avaliação do
presidente da CUT, Vagner Freitas, a paralisação de hoje deve ser “a
maior greve já realizada no país”. Freitas destacou a adesão aos
protestos em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Fortaleza,
Curitiba e Brasília.
Para o presidente da Força Sindical,
deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), os trabalhadores decidiriam se
mobilizar porque há “propostas viáveis para que o país retome o seu
crescimento econômico sem a perda de quaisquer direitos trabalhistas,
previdenciários e sociais”. Em comunicado divulgado no fim da tarde, a
Força estima que 40 milhões de trabalhadores pararam nesta sexta-feira.
Paulinho
da Força, no entanto, reconheceu que a não adesão de categorias como
aeronautas (pilotos e comissários) e aeroviários (trabalhadores dos
aeroportos) reduziu o impacto da paralisação. Em São Paulo, tanto no
Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, quanto no terminal de
Congonhas, na zona sul da capital, a operação durante o dia foi normal.
Mobilidade em São Paulo
Por
causa da paralisação de serviços de transporte, várias empresas
recorreram à contratação de táxis ou uso de frota própria para buscar
seus empregados em casa. A prefeitura de São Paulo liberou o rodízio de
carros. No começo da manhã, a cidade registrou congestionamento acima do
normal, de cerca de 85 quilômetros, na região do centro expandido, área
entre as marginais Tietê e Pinheiros e a região central.
Os
trens do Metrô e da CPTM ainda operam de forma parcial. Por volta das
15h30, havia interdições na Avenida Paulista e também na Rua Libero
Badaró, região central.
Metalúrgicos
O
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, José Pereira dos
Santos, disse que a paralisação foi ampla. “As maiores empresas nem
abriram. Em outras, os trabalhadores saíam na medida em que o sindicato
chegava. A paralisação no transporte também ajudou a esvaziar as
fábricas. Como o transporte fez greve, então, essas ausências também
decorrem da greve geral.”
Bancários
O
Sindicato dos Bancários de São Paulo estima que 62 mil empregados de
instituições financeiras da capital paulista, Osasco e região tenham
aderido à greve, com o fechamento de 530 agências e 15 centros
administrativos. Na avaliação da presidente da entidade, Juvandia
Moreira, a greve não foi um ato isolado. “O Brasil precisa de
desenvolvimento econômico para gerar emprego e não a sua precarização.”