Ex-presidente de Infraestrutura da Odebrecht afirma
que consórcio formado pelas duas empreiteiras teria pago 3% de comissão a
partidos.
Por Larissa Rodrigues-Metrópoles
A Via Engenharia não está citada apenas nas delações dos executivos da
Odebrecht sobre grandes projetos erguidos no Distrito Federal e que
bancaram campanhas de políticos como os ex-governadores José Roberto
Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT). O modelo em suspeição pela Lava Jato
formado pelas duas empresas foi repetido também fora do território
brasiliense. O nome da construtora candanga aparece em depoimentos
relativos a irregularidades em licitações e pagamento de caixa 2 na obra
do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia.
Segundo o ex-presidente de Infraestrutura da Odebrecht Benedicto
Barbosa da Silva Júnior, o consórcio formado pelas duas empreiteiras em
2004 teria pago 3% de comissão para as campanhas de PT e do PTB em troca
da obra. O delator afirma que 60% do empreendimento no Santa Genoveva
ficaram a cargo da Odebrecht e 40% com a construtora de Brasília.
Benedicto diz que a propina foi paga “na proporção” de cada empresa.
A exigência, segundo o ex-presidente de Infraestrutura da Odebrecht
Benedicto Barbosa da Silva Júnior, teria sido feita em 2003 por Carlos
Wilson Rocha, então presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero) e ex-deputado petista, que morreu em 2009.