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(Millôr Fernandes)

sábado, 29 de abril de 2017

MPDF investiga cobrança de parte dos salários, pagos com recursos públicos, dos servidores de gabinetes na Câmara Legislativa

Sexta, 29 de abril de 2017

Até as paredes da Câmara Legislativa sabem que muitos deputados cobram uma parte dos salários, pagos com recursos públicos, dos servidores de seus gabinetes. O dinheiro completa a renda do próprio parlamentar.
 
Fontes:
Por Ana Maria Campos-Correio Braziliense/Redação 
 
Blog do Sombra
 
Transferir parte do salário ao deputado dá cadeia
 
Até as paredes da Câmara Legislativa sabem que muitos deputados cobram uma parte dos salários, pagos com recursos públicos, dos servidores de seus gabinetes. O dinheiro completa a renda do próprio parlamentar. Há casos de funcionários com contracheques altos e vida modesta. Muitas vezes, a pessoa depende do emprego e aceita essa exigência do chefe deputado. Mas agora, é bom começar a se preocupar. No rastro das suspeitas levantadas no gabinete da deputada Sandra Faraj (SD), na Operação Heméra, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investiga esse tipo de procedimento na Câmara Legislativa. Quem cede parte dos vencimentos pode ser denunciado por corrupção ativa. É como se estivesse pagando suborno para trabalhar. O crime, previsto no artigo 333 do Código Penal, estabelece uma pena alta: até 12 anos de prisão. O parlamentar envolvido no caso também comete crime de corrupção passiva.

 
Susto
Pessoas próximas da deputada Sandra Faraj (SD) contam que a operação do Ministério Público, com busca e apreensão, a deixaram bastante abatida pela repercussão da ação e o possível impacto da investigação no processo por quebra de decoro parlamentar que tramita contra ela na Câmara Legislativa. Até o momento, a distrital enfrenta dificuldades para comprovar os pagamentos realizados à empresa Netpub. 
 
Para evitar vazamento
Segundo testemunhas que acompanharam as buscas, advogados da distrital tentaram exigir que eles assinassem termos se comprometendo a não falar com a imprensa para evitar que revelassem o conteúdo do material apreendido na Operação Heméra.
 
Operação do MP sem a Polícia Civil
A Operação Heméra foi realizada sem a participação da Polícia Civil do DF. A investigação é exclusiva do Ministério Público do DF, coordenada pela vice-procuradoria-geral de Justiça do DF. As buscas e apreensões no gabinete da deputada Sandra Faraj (SD) e em endereços relacionados aos demais investigados, autorizadas pela desembargadora Simone Lucindo, do Tribunal de Justiça do DF, foram executadas por promotores, servidores e policiais militares cedidos ao quadro do MP.
 
A história se repete?
Se não se cuidar, a deputada Sandra Faraj (SD) pode virar uma espécie de Raad Massouh. Por falta de apoio político, ele acabou sendo cassado em 2013. 
 
Vídeo no celular
O vídeo exibido no Colégio do Sol, no Lago Norte, em que a deputada Sandra Faraj (SD) supostamente intimou servidores com cargos comissionados da Secretaria de Justiça indicados por ela foi encontrado no celular do irmão da distrital, o Pastor Fadi Faraj. O aparelho foi apreendido.
 
Dossiê
Na primeira secretaria da Câmara Legislativa, os investigadores da Operação Heméra encontraram um dossiê confeccionado pela equipe da deputada Sandra Faraj (SD) relacionado às testemunhas das denúncias de desvios da verba indenizatória. 
 
Divididos
Fieis da Ministério da Fé, no Lago Norte, estão divididos. Parte dos frequentadores da igreja que tem Sandra Faraj e o irmão Fadi Faraj como pastores aderiu a uma campanha em defesa intitulada Somos todos Ministérios da Fé. Outros estranharam a notícia de que, durante a busca e apreensão da Operação Heméra, houve a apreensão de mais de US$ 10 mil.