Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 15 de abril de 2017

Os vídeos das delações da Odebrecht que comprometem Temer

Sábado, 15 de abril de 2017
"Temer está pedindo 10 milhões", diz Marcelo Odebrecht. Assista aos depoimentos

Do El País Brasil

São Paulo
O presidente brasileiro Michel Temer e o atual ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, no passado dezembro
O presidente brasileiro Michel Temer e o atual ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, no passado dezembro AP
A mais recente enxurrada de informações divulgada pelo Supremo Tribunal Federal sobre a Operação Lava Jato atinge de forma direta ao presidente Michel Temer. O próprio procurador geral da República, Rodrigo Janot, explica, num relatório, que há motivos suficientes para pedir a abertura de uma investigação a Temer, mas que ele teve que recuar pela imunidade temporária que confere a Constituição aos presidentes. Janot aponta que Temer, quando ainda era vice-presidente, "capitaneava" o grupo do PMDB na Câmara que desenvolvia um esquema de cobrança de propinas através de dois estreitos colaboradores, os atuais ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Ambos estão incluídos na Lista de Fachin de políticos que vão ser investigados por acusações de corrupção.

As conclusões de Janot sobre Temer estão embasadas nos depoimentos de antigos diretores da Odebrecht. O próprio ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, contou aos fiscais da Procuradoria Geral da República que em 2014 recebeu uma solicitação de Temer para repassar 10 milhões de reais ao PMDB. O recado foi transmitido por Cláudio Melo Filho, diretor de Relações Institucionais da empreiteira em Brasília, o homem que mantinha contato permanente com os políticos do Congresso. Num trecho do seu depoimento, Marcelo fala de uma conversa com o aliado de Temer, Paulo Skaf, presidente da Federação de Indústrias de São Paulo (FIESP), o sindicato patronal que turbinou no ano passado uma forte campanha em favor do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2014, Skaf era candidato pelo PMDB ao Governo de São Paulo e também solicitava uma doação ao presidente da empreiteira. Marcelo explicou ao presidente da FIESP que além disso tinha um pedido anterior de Temer e que então eles dois deveriam dividir o dinheiro. Este é o relato do empresário no depoimento perante a Procuradoria Geral da República: