Terça, 30 de maio de 2017
Ivan Richard Esposito - da Agência Brasil
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega reconheceu
hoje [ontem] (29) ter uma conta não declarada no exterior com depósito de US$
600 mil. Segundo a defesa do ex-ministro dos governos Lula e Dilma, a
conta foi aberta antes de o petista assumir o comando do Ministério da
Fazenda e o valor refere-se ao pagamento recebido pela venda de imóvel
herdado do pai.
Em petição protocolada nesta segunda-feira na
Justiça Federal no Paraná, a defesa do ministro abriu mão dos sigilos
financeiros e fiscal e disse não querer, com o pedido, perdão ou
clemência pelos erros cometidos
Réu
na Operação Lava Jato, Mantega é investigado por supostamente ter
solicitado pagamentos ilícitos a campanhas do PT, em 2012. O ex-ministro
chegou a ser preso na 34ª fase da Lava Jato, intitulada de Arquivo
X, mas foi solto no mesmo dia.
“A fim de demonstrar sua total
transparência frente às investigações em curso neste juízo [a defesa]
afirma que abre mão de todo e qualquer sigilo bancário, financeiro e
fiscal, inclusive de conta estrangeira aberta antes de assumir o cargo
de Ministro da Fazenda, na qual recebeu um único depósito no valor de
US$ 600 mil como parte de pagamento pela venda de imóvel herdado de seu
pai”, diz o documento.
“Aproveita, outrossim, para esclarecer que
não espera perdão nem clemência pelo erro que cometeu ao não declarar
valores no exterior, mas reitera que jamais solicitou, pediu ou recebeu
vantagem de qualquer natureza como contrapartida ao exercício da função
pública, conforme poderá inclusive confirmar o extrato da conta,
documento que o peticionário se compromete a apresentar tão logo o
obtenha da instituição financeira”, diz trecho da petição.
No
documento, a defesa de Mantega afirma ainda que “há outras informações
bancárias para fornecer” que não estão relacionadas ao período em que
ele esteve a frente do Ministério da Fazenda e que serão apresentadas
quando for intimado a prestar depoimento.