Quarta, 10 de maio de 2017
Oficinas culturais ocorrerão na parte na noite, no mesmo prédio onde antes a OS Poiesis atuava de forma terceirizada.
Do site Ataque aos Cofres Públicos*
Com a definição de que a Cadeia Velha de Santos vai retomar suas
oficinas culturais na parte da noite, no espaço compartilhado com a Agem
(Agência Metropolitana da Baixada Santista) e com o polo local do
Projeto Guri, os custos com as atividades antes coordenadas pela
Organização Social Poiesis em Santos diminuirão em 70%.
Conforme informa a matéria do Diário do Litoral de Santos, publicada
nesta quarta-feira (10),a Cadeia será um Centro Cultural de Artes
Integradas no horário noturno, com aulas gratuitas de várias modalidades
coordenadas diretamente pela classe artística da Cidade, sem a
intermediação de entidades como OSs e Oscips. Para isso, serão
repassados pela Secretaria Estadual de Cultura cerca de R$ 21 mil por
mês para os cursos, que serão gratuitos para a população.
Pelo que se pode deduzir, a verba será destinada para compra de
materiais e remuneração dos profissionais que ministrarão as oficinas.
Como não visa lucro de uma empresa, o custo do projeto será bem menor,
se comparado aos R$ 70 mil mensais que a OS Poiesis consumia por mês em
Santos com a Oficina Cultural Pagu.
Isso mostra que com boas ideias e disposição é possível pensar saídas
e sair da lógica da terceirização/privatização dos serviços públicos.
Outras cidades da Baixada podem, inclusive, se inspirar.
“O Estado destinava R$ 70 mil para a Poiesis (OS que administrava as oficinas culturais). Conseguimos chegar nesse valor após alinhar o uso compartilhado do espaço. Dessa
forma, a Agem usará o prédio de manhã e de tarde e a noite está
garantida a função artística da Cadeia, que será tocada pelos movimentos
culturais, como não poderia deixar de ser”, disse na reportagem o secretário municipal de Cultura, Fabião Nunes.
Na mesma matéria, o presidente do Conselho Municipal de Cultura,
Junior Brassalotti, “É uma vitória da classe artística e também um
modelo para que outras cidades se mobilizem e lutem por políticas
públicas para a Cultura. A Cadeia receberá o escritório da Agência
Metropolitana da Baixada Santista, mas será um Centro Cultural de Artes
Integradas composto pela Agem e não o contrário”, resumiu.
Um termo de permissão de uso compartilhado deverá ser oficializado nos próximos dias.
Não fosse a organização e luta dos movimentos artísticos, Santos
perderia o polo de oficinas, já que para conter despesas o Governo do
Estado determinou o fim do projeto e a instalação da Agem e do Projeto Guri no prédio histórico, que passou por uma longa e cara obra de restauração.