Domingo, 21 de maio de 2017
Da Agência EFE / Agência Brasil
Os suíços aprovaram neste domingo(21) em referendo, por 58,2% dos
votos, a chamada Estratégia 2050, que visa a reduzir o consumo de
energia, aumentar a eficiência energética, promover as energias
renováveis e proibir a construção de novas usinas nucleares. A
informação é da Agência EFE.
Apenas quatro regiões, Argóvia,
Glarus, Obwalden e Schwyz, rejeitaram a nova lei, na qual o governo da
Suíça começou a trabalhar após o acidente nuclear de Fukushima, no
Japão, em 2011, para deixar a era atômica para trás e estabelecer as
bases de um ambicioso projeto de transformação energética na Europa.
A Suíça conta com cinco centrais nucleares, que serão desativadas assim que for cumprida sua vida útil, daqui a 20 ou 30 anos.
Um
terço da energia produzida pelo país é de origem nuclear, 60% procedem
de usinas hidrelétricas e o resto de usinas termelétricas e de várias
fontes de energia renovável.
Considerando que, com a nova lei, a
Suíça não poderá contar no futuro com um terço da energia que produz
atualmente, a Estratégia 2050 estabelece uma redução do consumo de
energia e eletricidade.
Em média, cada pessoa deve diminuir o
consumo energético em 16% até 2020 e em 43% até 2035, em comparação com o
ano 2000, e o de eletricidade em 3% e 13%, respectivamente.
Para
compensar esaa redução, a Suíça pretende aumentar a produção de energia
por meio de recursos renováveis como solar, eólica e geotérmica,
biomassa e o biogás.
O financiamento do estímulo às energias
renováveis será bancado por aumento na conta de luz de residências e
empresas. A estimativa para uma família de quatro pessoas e com um
consumo médio é de um aumento de 40 francos (cerca de R$ 130).
Os
opositores da iniciativa, entre eles alguns partidos políticos, alegam
que os custos serão muito maiores e que o governo "omite" as despesas
reais. Eles afirmam que a lei custará, nos próximos 30 anos, 200 bilhões
de francos (R$ 668 bilhões), o que representa anualmente para uma
família com quatro pessoas aumento de 3.200 francos (R$ 10.690) em
impostos e despesas.
Eles também argumentam que a exigência de
reduzir quase à metade o consumo energético nos próximos 18 anos requer
"medidas drásticas" aos suiços, com instalações novas nas residências e
com mais burocracia e proibições. Destacam que a lei provocará perdas de
postos de trabalho e de conforto, sobretudo no turismo, no comércio
varejista e nos setores manufatureiros, e que as instalações eólicas e
fotovoltaicas adicionais "desfigurariam" a paisagem.