Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 4 de junho de 2017

Brasília à venda! Quem vai querer?

Domingo, 4 de junho de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Localizado no nobre centro de Brasília, o
Autódromo Nelson Piquet foi arrendado na
década de 1990 à empresa do piloto de
Fórmula 1. O contrato foi suspenso
pelo TCDF por irregularidades e
descumprimento das obrigações.
As instalações do circuito voltaram ainda
mais sucateadas ao GDF. Autódromo
visão geral com torre digital ao fundo
e detalhe na retirada de pneus
foto Tony Winston e Gabriel Jabur –
Agência Brasília.

Por Chico Sant’Anna
O Distrito Federal está em liquidação. Não, não é aquela feita pelos lojistas, que estão enfrentando a recessão provocada pelas medidas econômicas. Essa é promovida pelo próprio Poder Público. O termo da moda, agora, é concessão de gestão. Mais um nomezinho para disfarçar a privatização de bens e serviços públicos. A prática, que não é nova, está sendo cogitada tanto pelo governo Federal quanto pelo GDF. No caso da União, a pechincha da vez é a Água Mineral, em Brasília, e o Parque da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. No caso da Capital Federal, a lista é grande: Centro de Convenções, Parque da Cidade, até as estações do BRT-Sul estão na lista de privatizáveis. A mais recente oferta é o Complexo Poliesportivo Ayrton Senna, que engloba o ginásio Nilson Nelson, a Piscina Coberta Cláudio Coutinho, o Parque Aquático e o bilionário estádio Mané Garrincha, além de todas as estruturas de uso popular que circundam o Complexo, exceto o Autódromo Nilson Nelson. Quem arrematá-lo poderá ficar com ele até 2052.

Na linha do pensamento econômico liberal, a concessão de bens públicos é apontada como a saída para a crise financeira por que passa o Estado, seja ele a União ou o DF. Dizem que o Poder Público é incompetente em gerir serviços dessa natureza e que a iniciativa privada pode fazê-lo bem melhor. Será?