Domingo, 4 de junho de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Por Chico Sant’Anna
O Distrito Federal está em liquidação. Não, não é aquela feita pelos
lojistas, que estão enfrentando a recessão provocada pelas medidas
econômicas. Essa é promovida pelo próprio Poder Público. O termo da
moda, agora, é concessão de gestão. Mais um nomezinho para disfarçar a
privatização de bens e serviços públicos. A prática, que não é nova,
está sendo cogitada tanto pelo governo Federal quanto pelo GDF. No caso
da União, a pechincha da vez é a Água Mineral, em Brasília, e o Parque
da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. No caso da Capital Federal, a lista é
grande: Centro de Convenções, Parque da Cidade, até as estações do
BRT-Sul estão na lista de privatizáveis. A mais recente oferta é o
Complexo Poliesportivo Ayrton Senna, que engloba o ginásio Nilson
Nelson, a Piscina Coberta Cláudio Coutinho, o Parque Aquático e o
bilionário estádio Mané Garrincha, além de todas as estruturas de uso
popular que circundam o Complexo, exceto o Autódromo Nilson Nelson. Quem
arrematá-lo poderá ficar com ele até 2052.
Na linha do pensamento econômico liberal, a concessão de bens públicos é apontada como a saída para a crise financeira por que passa o Estado, seja ele a União ou o DF. Dizem que o Poder Público é incompetente em gerir serviços dessa natureza e que a iniciativa privada pode fazê-lo bem melhor. Será?