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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

De Volta aos Trilhos: Juquinha, ex-presidente da Valec, foi preso preventivamente nesta sexta (2/6); é a corrupção na Ferrovia Norte-Sul

Sexta, 2 de junho de 2017
Juquinha
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Do MPF
Prisão de Juquinha ocorreu na manhã desta sexta-feira (2)
Acatando novo pedido do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), a 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia (JF) decretou a prisão preventiva do ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, o Juquinha. O mandado de prisão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (2).
Um dos principais alvos da Operação De Volta aos Trilhos, Juquinha teve o primeiro pedido de prisão preventiva negado no dia 25 de maio, data da deflagração da operação (clique aqui e veja a notícia). Naquela ocasião, a JF entendeu que ainda não havia elementos que justificassem a custódia cautelar de José das Neves, suspeito de lavagem de dinheiro oriundo de propina relacionada às obras de construção da Ferrovia Norte-Sul.


O novo pedido de prisão do MPF/GO baseou-se nos depoimentos prestados por Fábio Júnior Santos Pereira e Mário Césio Ribeiro, que foram conduzidos coercitivamente em 25 de maio. Ouvidos pela Polícia Federal, os dois teriam confirmado o envolvimento direto de Juquinha em todos os atos de lavagem de dinheiro.
Está marcada para as 13h30min desta sexta-feira, 2 de junho, a audiência de custódia na 11ª Vara da Justiça Federal.

Entenda o caso A operação, que é um desdobramento das investigações da Lava jato e nova etapa das operações O Recebedor e Tabela Periódica, baseou-se em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF/GO pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina ao então presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, bem como em investigações da Polícia Federal em Goiás que levaram à identificação e à localização de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).
Os principais alvos da operação foram José Francisco das Neves, o filho dele Jader Ferreira das Neves e o advogado Leandro de Melo Ribeiro. Os dois primeiros são suspeitos de continuarem a lavar dinheiro oriundo de propina, mantendo oculto parte do patrimônio amealhado. O último é suspeito de ser laranja dos dois primeiros e de auxiliá-los na ocultação do patrimônio.
Foi a pedido do MPF/GO que o juiz substituto da 11a Vara Federal da Sessão Judiciária de Goiás determinou as prisões preventivas de Jader e de Leandro.
Juquinha e seu filho já foram condenados na ação penal nº 18.114-41.2013.4.01.3500 (operação Trem Pagador) a dez e sete anos de reclusão, respectivamente, por formarem quadrilha e lavarem aproximadamente R$ 20 milhões provenientes da prática de crimes de cartel, fraudes em licitações, peculato e corrupção nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a empresa pública Valec. Ambos aguardavam o julgamento de seus recursos em liberdade.
As prisões foram pedidas porque se apurou que os investigados, mesmo depois de condenados, continuam a cometer crimes de lavagem de dinheiro (estão em plena atividade criminosa), estão produzindo provas falsas no processo para ludibriar o juízo e assegurar impunidade, além de custearem parte de sua defesa técnica (advogados) com dinheiro de propina. O pedido de prisão preventiva de Juquinha foi indeferido pelo juízo, que considerou não haver, no seu caso, provas suficientes de atualidade criminosa.
Confira as decisões do TRF1 nos processos: