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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 30 de junho de 2017

De Volta aos Trilhos: MPF/GO denuncia Juquinha, ex-presidente da Valec, e outros quatro por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa

Sexta, 30 de junho de 2017
Comentário do Gama Livre: Esse Juquinha é danado.
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Do MPF
Operação é um desdobramento da Lava Jato
De Volta aos Trilhos: MPF/GO denuncia ex-presidente da Valec e outros quatro por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa
Imagem ilustrativa: Pixabay
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), pelo Núcleo de Combate à Corrupção, ofereceu ontem (29), ncaso “De Volta aos Trilhos’, denúncia contra o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves (Juquinha); o filho dele, Jader Ferreira das Neves; os advogados Leandro de Melo Ribeiro e Mauro Césio Ribeiro e o corretor de imóveis Fábio Junio SantosOs cinco são formalmente acusados da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de formação de organização criminosa.

De acordo com a denúncia, os acusados lavaram aproximadamente R$13,5 milhões comprando e vendendo bens com dinheiro desviado por Juquinha de contratos da Valec destinados à construção da ferrovia Norte-Sul. Com a finalidade de esconder a origem e a propriedade dos bens, os acusados se valeram de contratos de gaveta para negociar cotas de capital social de empresas em nome das quais mantiveram registrados lotes em Água Boa (MT), apartamentos em Goiânia (GO), casas em Bela Vista (GO), fazendas em Nova Crixás (GO) e em São Félix do Xingu (PA), além de duas aeronaves.
A operação “De Volta aos Trilhos”, que é desdobramento da “Lava Jato”, foi deflagrada em 25 de maio (clique aqui e leia a notícia) e baseia-se em investigações da Polícia Federal em Goiás e em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF/GO pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez. Eles confessaram o pagamento de propina referente às obras da Ferrovia Norte-Sul ao então presidente da Valec, José Francisco das Neves, além da prática de cartel e fraude em licitações, que deram prejuízos de mais de R$208 milhões aos cofres públicos, em valores de 2004Atualizado pela Selic, o prejuízo alcança R$885 milhões.
Crimes - Juquinha e o filho dele Jader - que já haviam sido condenados por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no Caso Trem Pagador a, respectivamente, 10 anos e 7 meses e 7 anos e 4 meses de reclusão - permanecem presos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO). Leandro de Melo Ribeiro, que pagou fiança de R$50 mil, cumpre outras medidas cautelares; Mauro Césio e Fábio Junio responderão às acusações em liberdade.
Além da condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro e de formação de organização criminosa, o MPF/GO requer a aplicação da pena de interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada; a decretação do perdimento dos bens apreendidos/sequestrados a fixação do valor mínimo do dano aos cofres públicos, a ser reparado pelos denunciados, em R$208 milhões (em valores de 2004), e mais R$13,5 milhões pela lavagem de dinheiro.
Leia a íntegra da Denúncia do MPF/GO oferecida perante a 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia.
Crime de Lavagem de Dinheiro: Lei nº 9.613/1998.
Crime de Organização criminosa: Lei nº 12.850/2013.