Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 19 de junho de 2017

GDF reage com atraso ao esquema das marmitas de presos

Segunda, 19 de junho de 2017
GDF reage com atraso ao esquema das marmitas de presos
O governo Rollemberg quer romper o contrato com as empresas que servem as marmitas no Sistema Prisional do Distrito Federal, alegando que as contratadas não estão entregando todos os itens previstos em licitações milionárias.

Por Miguel Lucena*
A reação do GDF vem com muito atraso e apenas porque a denúncia sobre a sonegação da mortadela saiu na mídia, mas ninguém questionou por que as quentinhas são servidas assim há um bom tempo.


Todo contrato tem um executor, escolhido geralmente ente os servidores do órgão contratante, responsável por exigir o cumprimento integral do objeto contratado.

Assim, se as empresas venceram a licitação com o compromisso de fornecer três refeições e um lanche, não podem servir somente duas ou quatro, nem podem suprimir nem trocar os itens relacionados no contrato.

Se o pão é para ser servido com mortadela ou presunto, não pode ter recheio de quitute de boi. Se o café prevê pão com manteiga e uma fruta, o preso não pode comer pão seco. Da mesma forma, as carnes das refeições principais não podem ser substituídas por ovo ou sardinha enlatada.

O responsável por acompanhar o cumprimento do contrato não é o profissional de Imprensa, mas o servidor designado para tal, por isso cabe investigação para saber não só se as empresas descumpriram o contrato, mas se houve conivência por parte da Administração Pública.

O que se sabe é que esse é um filão muito disputado por gente grande que enriqueceu às custas do engrossante servido nas cadeias com sobremesa de mariola.

*Miguel Lucena é Delegado da PCDF e Jornalista