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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Governo Rollemberg: Greve de ônibus por falta de pagamento gera tumulto na rede pública de ensino

Segunda, 19 de junho de 2017
Do Sinpro/DF
As políticas inconsequentes e de sucateamento da escola pública do Distrito Federal adotadas pelo governo Rodrigo Rollemberg (PSB) já começam a provocar prejuízos na educação integral. Nesta segunda-feira (19), estudantes de várias escolas públicas iniciaram a semana sem aula nas Escolas Parque em razão da greve dos motoristas dos ônibus escolares por falta de pagamento.

A situação foi denunciada à diretoria colegiada do Sinpro-DF por meio de mensagens de celular. A comunidade escolar criticou a situação, afirmando que se trata de mais um problema anunciado na educação integral. Pais, mães e responsáveis foram avisados de última hora e tiveram de correr para pegar os/as filhos/as às 12h30 nas Escolas Classes e levá-los/as às Escolas Parque. A segunda-feira se tornou um dia caótico para a maior parte das muitas famílias que precisam da escola pública.
“É mais um problema relacionado ao modelo de educação integral imposto pelo Governo do Distrito Federal (GDF) com a utilização da Escola Parque. Esse é mais um que entra para o histórico de problemas e descompasso desse projeto. A SEEDF resolveu da noite para o dia, em novembro do ano passado, que, para implantar o novo Mais Educação, que é o programa de educação integral, usar estrutura das Escolas Parque para isso e não construir novas escolas. Parou de atender aos/às estudantes das Escolas Parque, que era um número bem grande, e passou a atender a algumas escolas em tempo integral”, critica Gilza Lúcia Camilo Ricardo, diretora da Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sinpro-DF.
Com isso, todos os dias estudantes têm aula na escola tributária e, depois, na Escola Parque. Eles deveriam ter 5 horas de aula em cada uma dessas escolas, porém, ficam muito tempo no vai-e-vem dos ônibus. Na época da imposição do Mais Educação, muitos pais ficaram aborrecidos porque tiveram de retirar os filhos das Escolas Parque. Grande parte dos que tinha acesso a essa escola ficou de fora. Agora, apenas 20 escolas são atendidas diariamente nas Escolas Parque. Desde então quase todo dia há um problema.
Nesta segunda, mais uma vez, o caos tomou conta da situação. O GDF só avisou às direções das escolas sobre a greve no domingo (18) à noite, em cima da hora, de forma que não houve tempo hábil para a comunicação com os pais. Foi uma segunda-feira de transtorno para todos. “Muito tempo após o meio-dia muitas crianças ainda estavam nas escolas tributárias sem almoço porque não conseguiram se comunicar com os pais. Não houve planejamento. Na Escola Classe 08 (EC08) do Cruzeiro, perto das 14h, ainda havia cerca de 20 crianças sem almoço porque o pai ou a mãe não pôde ir pegá-las”, relata a diretora do Sinpro-DF.
Dentre as mensagens envidadas para o sindicato, destacamos algumas, como esta, na qual uma professora escreve: “A maior parte dos pais e mães não tem condições de fazer esse movimento na hora do almoço”. Essa não foi a única reclamação. Os celulares dos/as diretores/as do Sinpro-DF receberam uma profusão de denúncias e mensagens de insatisfação de toda a comunidade escolar.
Numa das mensagens, professores afirmam: “Isso tudo foi previsto, avisado, falado, brigado…. desde o pincípio”. Em outra mensagem, as professoras relatam que “na EC 08 do Cruzeiro foi bem confuso. Os pais foram pegos de surpresa. A escola teve de ligar para mais de 100 crianças para avisar que não tinha como ir para a Escola Parque. Ainda tem mais de 20 crianças sem almoço aqui, esperando os pais!”
Em uma das mensagens, uma professora desabafa: “A Secretaria de Educação, no uso de suas atribuições, empurra de qualquer jeito o projeto de Educação Integral nas Escolas Parque, provocando insatisfações e problemas em todos os âmbitos da comunidade escolar. No dia de hoje [19/6], dos meus 15 alunos de 5º Ano, somente três compareceram. O outros estão prejudicados por causa da greve de ônibus contratado pela SEEDF. Mais um tiro no pé da educação dita integral imposta sem diálogo e sem condições reais de implementação. A cada dia se revela mais um aspecto desta farsa”.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF considera essa situação mais um desgaste para a comunidade escolar e mais um ataque à escola pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada e alerta para o fato de que, entre os problemas que esse modelo de educação em tempo integral tem provocado a curto, médio e longo prazos, esse é apenas mais um e que é o suficiente para intensificar e piorar ainda mais a evasão.
Uma matéria do G1 mostra a situação caótica que o novo modelo tem criado e o prejuízo que estudantes têm tido por causa da falta de uma política pública séria no setor da educação. Confira a seguir:
(http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/mudanca-faz-escolas-parques-funcionarem-no-improviso-denuncia-conselho.ghtml)
Conselho dos Direitos Humanos visitou escolas do Plano Piloto e Cruzeiro, que desde fevereiro passaram a funcionar em tempo integral. Secretaria de Educação afirma que sistema está em avaliação e acompanhamento.