Quarta, 14 de junho de 2017
Daniel Isaia - Correspondente da Agência Brasil
A força-tarefa da Operação Lava Jato anunciou hoje (13) que vai recorrer da sentença publicada
pelo juiz federal Sergio Moro no processo que envolve o ex-governador
do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Segundo nota divulgada pelo Ministério
Público Federal (MPF) no Paraná, a procuradoria pedirá "aumento
significativo" das penas aplicadas aos condenados no processo.
O ex-governador foi sentenciado a 14 anos e 2 meses de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pelos mesmos crimes, também
foram condenados o então secretário do governo Cabral, Wilson Carlos
Carvalho, e Carlos Miranda, sócio de Cabral. O primeiro foi sentenciado a
10 anos e 8 meses e o segundo, a 12 anos de prisão.
Os
procuradores também afirmaram que vão recorrer da absolvição da esposa
do ex-governador, Adriana Ancelmo, e de Mônica Carvalho, esposa de
Wilson Carlos. Segundo o MPF, "as provas produzidas demonstram que
Adriana e Mônica participaram dos crimes cometidos de forma consciente".
A força-tarefa da Lava Jato apresentará o recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Leia também:
Moro condena ex-governador Sérgio Cabral a 14 anos e 2 meses de prisão
Daniel Isaia - Repórter da Agência Brasil
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado
nesta terça-feira (13) a 14 anos e 2 meses de prisão pelo juiz Sérgio
Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. A sentença foi proferida pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro (12 vezes) em processo
a que ele responde no âmbito da Operação Lava Jato.
"O crime
insere-se em um contexto mais amplo, revelado nestes mesmos autos, da
cobrança sistemática pelo ex-governador e seu grupo de um percentual de
propina incidente sobre toda obra pública no Estado do Rio de Janeiro",
diz Moro na sentença. Além da pena de reclusão, cabral deve pagar uma
multa de cerca de R$ 528 mil.
O juiz determinou, ainda, que
Cabral terá de responder preso caso decida recorrer da decisão em
primeira instância. A progressão de regime, segundo o despacho, só deve
acontecer após a devolução das vantagens indevidas recebidas.
"A
responsabilidade de um Governador de Estado é enorme e, por conseguinte,
também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa
mais grave do que a daquele que trai o mandato e a sagrada confiança
que o povo nele deposita para obter ganho próprio", escreveu Moro na
sentença.
Outros réus
Também foram
condenados o então secretário do governo Cabral Wilson Carlos Carvalho e
o sócio do ex-governador Carlos Emanuel Miranda. Moro absolveu a esposa
de Cabral, Adriana Ancelmo, por falta de provas de autoria e
participação nos crimes. Mônica Carvalho, esposa de Wilson Carlos, foi
absolvida pela mesma razão.
Wilson Carlos foi sentenciado a 10
anos e 8 meses por corrupção passiva e dois crimes de lavagem de
dinheiro. Carlos Miranda, por sua vez, foi condenado a 12 anos de prisão
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (quatro vezes).
Os
ex-diretores da Andrade Gutierrez Clóvis Peixoto e Rogério Nora também
são réus nesta ação penal. No entanto, ambos firmaram acordo de
colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) que, por sua
vez, pediu a suspensão do processo contra eles.