Quarta, 19 de julho de 2017
Leia a íntegra da nota da Fenam
As matérias jornalísticas que exibem o caos da saúde pública se multiplicam a cada dia. O governo alardeia o falso conceito de que os médicos e demais profissionais de saúde são os responsáveis por esta situação, esquecendo a regra constitucional que estabelece o direito à saúde como dever do Estado.
Apesar das enormes dificuldades, os médicos brasileiros desempenham uma função de grande relevância, mesmo com a precariedade do ambiente de trabalho, assim mesmo, a cada dia que passa, milhões de atendimentos são feitos em todo o país cujos resultados são milhares de vidas salvas. É claro que tudo isso ocorre com enorme sacrifício já que a improvisação expõe este profissional e os nossos pacientes a riscos desnecessários.
Lamentamos as mortes que
poderiam ser evitadas. A população sabe quem são os verdadeiros
responsáveis de tudo isso que acontece. Pesquisas de opinião revelam que
a categoria médica ainda é uma das mais importantes carreiras com
credibilidade na opinião pública.
As campanhas patrocinadas por
alguns maus gestores tentando atribuir a estes profissionais o ônus da
sua incompetência, felizmente não tem encontrado apoio na maioria de
nossa população.
O ministro de Estado da Saúde, servidor público
número 1 do sistema, deveria ao invés de encontrar os responsáveis por
sua incapacidade gerencial, corrigir as graves falhas exercendo a sua
obrigação constitucional. Como administrador público deveria não só
cumprir as regras existentes, assim como também respeitá-las.
Se
valer do seu cargo para atingir uma categoria profissional, que junto
com os demais profissionais faz um grande esforço para manter este
sistema funcionando, é um grave erro que pode ser caracterizado como,
além da ofensa pessoal, também improbidade administrativa.
A
civilidade e a urbanidade são princípios e regras da administração
pública, que dentre outras, devem ser obrigatoriamente praticadas, caso
contrário estaríamos incentivando e expondo estes profissionais a um
contexto de violência em que a impunidade seria a regra predominante.
Fingir
que trabalha talvez seja a expressão escolhida por um gestor à beira de
uma crise de nervos por demonstrar incapacidade em responder aos
desafios, transferindo para outros o que talvez melhor se aplique à sua
pessoa.
Brasília, 14 de julho de 2017.
Federação Nacional dos Médicos (FENAM)