Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 28 de julho de 2017

A indispensável reforma política, que já começa traída e enxovalhada

Sexta, 28 de julho de 2017
Do Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes

A Lava-Jato foi o fato mais importante acontecido no Brasil nos últimos 3 anos. Verdadeira revolução, embora o número de condenados e presos, tenha sido muito menor do que se imagina. E personagens importantes, poderosos, corruptíssimos tenham sido presos, e logo depois libertados ou nem condenados.

Tudo isso porque a decadência do judiciário acompanhou a transformação da política em politicalha. E não livrou nem o Executivo. Pela primeira vez na nossa tumultuada História, o chefe do Executivo (presidente da República) está na iminência de ser investigado. O que só não aconteceu até agora, pela cumplicidade  e corrupção do Legislativo.


E pela interpretação duvidosa e equivocada do próprio Supremo Tribunal. Guardião da Constituição, leu-a de trás pra frente e de cabeça pra baixo, e enquadrou o senhor Michel Temer de forma esdrúxula, dilacerando a Constituição e a sua própria reputação.

Onde a Constituição estabelece que presidentes eleitos pelo SUFRÁGIO POPULAR, para serem investigados, precisam de autorização da Câmara, colocaram DESASTRADAMENTE o atual e AINDA presidente.

Os senhores Ministros do Supremo precisam informar à comunidade, quando e onde aconteceu o SUFRÁGIO POPULAR, que vem garantindo a impunidade  de Michel Temer.

Pelo visto, com toda a sua autoridade, o Supremo equiparou a conspiração parlamentar que levou Temer ao poder, ao sagrado SUFRÁGIO POPULAR. É um equivoco praticado abertamente, que o próprio Supremo pode eliminar. Nada mais grandioso do que a recuperação e a reabilitação.

O PÓS LAVA-JATO

Essa investigação e a condenação irreversível da maioria das acusados, naturalmente, chegarão ao fim. Havia uma crença que vai se transformando em descrença de vitória da justiça. Se esvaindo e se deteriorando.

De qualquer maneira, haja o que houver é preciso profunda e indispensável reforma política. A falha e o predomínio da corrupção, é própria dos políticos. Mas com a ajuda do sistema partidário vigente.

PRESIDENCIALISMO PLURI PARTIDARIO

Uma aberração que combato ha 20 anos. Não existe em nenhum país do mundo, um sistema que seja ao mesmo tempo PRESIDENCIALISMO e PARLAMENTARISMO. Criaram uma comissão de reforma política, que para começo de conversa, fez duas propostas barbaridades

1- Adoção do parlamentarismo.

2- Os candidatos não podem ser presos 8 meses antes da eleição. Estou tão revoltado, que paro por aqui. Mas voltarei.

PRISÃO DO EX-PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL E DA PETROBRAS

Quando Dona Graça foi demitida da Petrobras, por raiva e vingança da amiga Dilma, um nome surgiu unânime e foi logo nomeado: o presidente do BB. alguém lembrou: "O Bendine gosta de facilitar empréstimo para amigas". Não adiantou.

Ontem pela madrugada foi preso. Motivo: recebeu 3 milhões da Odebrecht. Corrupto, irresponsável, audacioso. Em plena investigação.

EDUARDO CUNHA

Surgem cada vez mais acusações irrefutáveis contra ele nos mais diversos setores. Comprovado: a fortuna que ganhou no Fundo de Previdência da Cedae, é incalculável. De Curitiba dizem que nos próximos 4 meses receberá uma nova condenação.

Isso em relação a ele, pessoalmente. Mas falam também, que o tribunal de Porto Alegre, reformará a decisão de Sergio Moro, que absolveu a mulher dele.

A FORTUNA DE MEIRELLES

Dizem que quando deixou a presidência do Banco de Boston para tentar a carreira política no Brasil, trouxe 217 milhões de reais. Comprou um mandato de deputado, 183 mil votos. Não chegou a tomar posse. No aeroporto de Brasília, conheceu Lula, eleito presidente para o primeiro mandato de Presidente.

Convidado para presidente do Banco Central aceitou logo. Ficou 4 anos, Lula não gostou, não o manteve para o segundo mandato,ficou revoltado.

Mas logo conheceu os Batista, assumiu a presidência do Conselho de Administração da JBS. Falam que ganhou muito mais do que em 30 anos no Banco de Boston. E sem conhecimento da Receita. Nada surpreendente.