Quinta, 13 de julho de 2017
Fernanda Cruz - da Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se
pronunciou (13) publicamente após ter sido condenado a nove anos e meio
de prisão por corrupção pelo juiz federal Sérgio Moro. Em declaração à
imprensa na sede do PT na capital paulista, Lula diz que a sentença
aplicada por Moro tem componente político e que provará sua inocência no
processo.
“A única prova que existe nesse processo é a da
minha inocência”, disse o ex-presidente. “Eu acho que o Moro tem que
prestar contas à história, que vai dizer quem está certo e errado”,
completou. “Quem acha que é o fim do Lula, quebrou a cara”, disse.
Lula foi condenado pelo juiz em um dos processos da Operação Lava
Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente é
acusado de favorecimento na reforma de um apartamento triplex em
Guarujá, no litoral de São Paulo. Na mesma decisão judicial, Lula também
fica interditado
para o exercício de cargo ou função pública pelo dobro do tempo da pena
privativa de liberdade, ou seja, por 19 anos. A decisão, no entanto,
precisa ser confirmada pela segunda instância. Moro não decretou a
prisão de Lula, que pode recorrer da sentença em liberdade.
Para
Lula, a condenação é uma tentativa de tirá-lo do cenário político. Ele
disse que continua candidato à presidência do país nas eleições de 2018.
O ex-presidente rebateu a tese de que existem provas contra ele no
processo, que o levou a ser condenado. “Queria desafiar os meus inimigos
e donos meios de comunicação que fizessem um esforço incomensurável
para apresentar uma única prova. Porque a única prova que eles
apresentam foi um papel rasurado”, criticou.
Na decisão, Moro
afirma que as reformas executadas no apartamento pela empresa OAS provam
que o imóvel era destinado ao ex-presidente e que ficou provado nos autos que Lula e sua esposa Marisa Letícia (já falecida) eram os proprietários de fato do apartamento.
O
ex-presidente e seus advogados disseram que vão recorrer em todas as
instâncias e irão questionar a sentença do juiz Moro no Conselho
Nacional de Justiça. Lula criticou o juiz, que, na sua visão, escreveu
60 páginas na condenação para se justificar pela falta de provas.