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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 24 de julho de 2017

PGR pede transferência do procedimento penal instaurado na Espanha contra Ricardo Teixeira

Segunda, 24 de julho de 2017
Do MPF 
Objetivo é ter acesso aos detalhes e provas da investigação espanhola para viabilizar a persecução penal no Brasil


A Procuradoria-Geral da República pediu, nesta segunda-feira (24), a transferência do procedimento penal instaurado na Espanha contra o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira. Ele teve um mandado de captura internacional decretado pela Justiça espanhola pelos crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Como ele é brasileiro nato e não pode ser extraditado, o objetivo é ter acesso aos detalhes e provas da investigação espanhola para viabilizar a persecução penal no Brasil.

Ricardo Teixeira foi presidente da CBF de 1989 a 2012 e membro do Comitê Executivo da Fifa com direito a voto de 1994 a 2012. As investigações espanholas apuram ocultação de valores ilicitamente obtidos a partir da venda dos direitos audiovisuais das partidas da Seleção Brasileira de futebol realizada pela CBF em favor da International Sports Events (ISE), empresa sediada nas Ilhas Cayman e detentora do direito de organizar os jogos da Seleção Brasileira de futebol.

Segundo informações divulgadas pela imprensa, Ricardo Teixeira e Alexandre Rosell (também conhecido como Sandro Rosell) valeram-se de empresas de fachada e de contas bancárias, estas mantidas especialmente no Principado de Andorra, para ocultarem os valores obtidos a partir da venda dos direitos de transmissão dos jogos da Seleção Brasileira de futebol, em prejuízo da CBF.

Quando a documentação for recebida pela Secretaria de Cooperação Internacional da PGR, vai ser encaminhada para o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, que irá analisar o caso e tomar as medidas cabíveis.