Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 5 de agosto de 2017

A dificil missão diplomática do senador Hélio José

Sábado, 5 de agosto de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Nas fotos divulgadas pelo senador Hélio José, verificam-se algumas reuniões com técnicos do segundo e terceiro escalões e muitos registros em locais turísticos. Na Croácia, por exemplo, o senador aparece diante da Catedral de São Marcos.

Por Chico Sant’Anna


E ai, como foram suas férias de julho?

Passeou?

Não! A grana estava curta, né?

Você sabia que enquanto você e muitos outros buscavam um jeito de driblar a crise, o desemprego, tinha gente viajando pela Europa do Leste, com tudo pago pelo contribuinte?

Pois é, no período de 16 a 31 de julho, o senador Hélio José – PMDB-DF foi autorizado a visitar às Repúblicas da Sérvia e de Montenegro, nascidas a partir da dissolução da Iugoslávia, em uma missão representando o Senado Brasileiro para avaliar “as possibilidades de intensificação do relacionamento bilateral Brasil-Sérvia e Brasil-Montenegro”, conforme registrado no requerimento RQS 477, aprovado pelo plenário do Senado Federal, poucos dias antes.

A viagem foi a convite da Embaixada do Brasil na Sérvia e Montenegro, mas o convite não cobria as despesas. Hélio José pediu e conseguiu que o Senado pagasse as despesas. Pelo período de 15 dias em que esteve fora, lhe foram concedidos em diárias US$ 6.240,00 (equivalentes a R$ 21.028,80). São valores não tributados. A passagem custou mais R$ 10.205,03 – os valores não contabilizam o custo das passagens referentes aos trechos internos à antiga Iugoslávia, de um país ao outro – e o seguro de saúde, R$ 251,68. Total geral: os contribuintes bancaram pelo périplo senatorial a quantia de R$ 31.485,52. Além disso, Hélio José contou com a assessoria privilegiada do corpo diplomático brasileiro, por onde passou. 
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Izalci e Bessa: novos processos
A Procuradoria Geral da República decidiu apurar suposto envolvimento de 199 políticos com a chamada ‘farra das passagens’. São deputados federais, senadores, ministros de Estado e ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) que já foram parlamentares. Todos possuem foro privilegiado e os eventuais processos dependem da aceitação pelo Supremo Tribunal Federal. Dentre os 199 citados estão os deputados candangos Izalci Lucas – PSDB e Laerte Bessa – PP. Além deles, a Procuradoria da República na 1ª Região denunciou outros 443 ex-deputados pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). Os bilhetes eram emitidos em favor de outras pessoas e, em alguns casos, até comercializados.