Do Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa
Hélio Fernandes
Sob o
comando do PMDB, o partido mais envolvido e denunciado na Lava-Jato, tentam
implantar uma nova realidade eleitoral. Desabrida e desvairadamente tramada
para favorecer o continuísmo, a eternidade, a permanência dos atuais
representantes, que só representam os seus próprios interesses pessoais.
Enquanto
o país clama por renovação, os parlamentares se encaminham para a reeleição. E
aperfeiçoam seus cobiçados favoritismos, impondo novas formas, pelas quais se
garantem, sem eleição. São "eleitos" longe do povo, permanecem através
das famigeradas listas, pelas quais se garantem nos gabinetes. Enquanto o
cidadão que paga tudo, ainda tem a obrigação de ir referendar a farsa, na qual
transformam o sistema eleitoral.
Além das
listas, ainda querem impor o vergonhoso e falsificado "distritão
misto", quem vence no distrito, fica com a vaga, os votos de todos os
outros candidatos são voluptuosamente jogados no lixo, os lideres (?) partidários
ficam com o luxo de se considerarem vitoriosos.
E para
não fugir à rotina e ao prazer de desafiar o contribuinte, criam uma nova
espécie de Fundo Partidário, com o total de quase 4 bilhões, lógico, vindo do
cidadão. O que não invalida o Caixa 2, realidade espúria, sempre justificada
pelos candidatos e partidos: "Declaramos tudo ao tribunal eleitoral, que
aprovou".
TODO PODER À REELEIÇÃO
Insuflado
pelo próprio PMDB abertamente e por Michel Temer não ostensivamente, querem
manter a reeleição presidencial.
(Isso
faz parte do projeto Temer, já revelado e denunciado por mim. Temer se diz
garantido até 2018, e se lançaria por mais 4 anos. Com isso, fugiria de ser
julgado na primeira instância. Para lembrar, falei que seria o primeiro
presidente a ficar no poder com mais de 80 anos).
Para a
permanência de alguém no Poder maior, o ideal seria um mandato de 5 anos, sem reeleição.
A catástrofe que desabou sobre o país, vem em linha direta, da reeleição de
FHC, comprada e paga à vista com dinheiro dos riquíssimos empresários,
maravilhosamente recompensados. Sem a permanência de FHC nesse mandato
premeditado e prorrogado, haveria a tão democrática alternância no Poder. E a
impossível formação de sistemas ditatoriais de 8 anos, verdadeiras castas
negativas.
A RESISTÊNCIA, QUE PODE REPRESENTAR A SALVAÇÃO
Está mais
forte do que se imaginava. No primeiro teste, na comissão, nesta madrugada,
aprovaram algumas barbaridades, mas o máximo que conseguiram foi um
sofrido 17 a 15, que não significa vitória. Principalmente diante da revolta da
grande maioria, que formará o PLENÁRIO que decidirá.
Felizmente,
vários partidos e parlamentares, num grupo que atinge 142 votos, já se
manifestaram contra algumas dessas impropriedades. Esse número tende a crescer,
garantindo desde já a vitória contra algumas dessas excrescências. Irei acompanhando
e combatendo os privilégios e favorecimentos.
Os que
precisam aprovar o que chamam de "reforma política", têm pressa,
querem que comece já da eleição de 2018, se é que chegaremos lá. Para isso,
precisam aprovar tudo até setembro. Precisarão de muitas madrugadas indormidas,
para tantas agressões à democracia e à coletividade.
O
povo precisa ir para as ruas. São os seus direitos e o se futuro, que pretendem
destruir
TEMER-GILMAR-MOREIRA FRANCO
Na
segunda feira, o PGR publicou que a nova denúncia contra o presidente, não
seria por corrupção. E sim por obstrução da justiça. Lógico, todos publicaram.
Na mesma
noite, bem tarde e fora da agenda, como é do seu hábito gosto e satisfação,
Temer teve encontro com o ministro sem toga. Todos publicaram.
Assim que
Gilmar saiu, Temer chamou Moreira Franco, que chegou quase à meia-noite. Só eu
publiquei, pois conheço meus personagens, e sei que Moreira redige tudo para Temer.
Mas na dívida deixei a interrogação: o que é preciso redigir depois da conversa
do AINDA presidente com o ministro que vem cuidando da sua salvação há 15
meses?
No dia
seguinte, Moreira entregou a Temer o que Gilmar recomendara. Entrar com ação no
Supremo, argüindo a parcialidade de Janot e pedindo o seu afastamento do
processo. Justificativa do conselheiro ministro, que vai julgar o pedido que
ele mesmo recomendou: "Janot não tem imparcialidade, é suspeito para
julgar Temer, deve ser afastado".
Todos
publicaram, omitiram o nome de Gilmar porque quiseram. Que sabiam, sabiam. Mas
ele tem uma cobertura total, principalmente das televisões. Se publicassem, teriam
que registrar que Gilmar, pelo passado e pelo presente, é S U S PE I T I S S Í
M O.
O Supremo
está obrigado a recusar o pedido de Temer, portanto ele perdeu tempo. A saída
para Temer — Gilmar é esperar até 17 de setembro, quando acaba o mandato de
Janot. 40 dias de angústia para Temer, de frustração para Gilmar.